Sergei Krikalev: 312 dias na estação espacial Mir durante crise soviética

Sergei Krikalev ficou na estação Mir por 312 dias devido a crises políticas e problemas técnicos, tornando-se um ícone da exploração espacial.

Imagem: muratart/shutterstock.com

Em 1991, o cosmonauta Sergei Krikalev iniciou uma missão na estação espacial soviética Mir, em meio a uma grave crise política na União Soviética. Em 18 de maio daquele ano, Krikalev, junto com a britânica Helen Sharman e o cosmonauta Anatoly Artsebarsky, decolou a bordo da Soyuz TM-12. Enquanto Sharman retornaria em uma semana, Krikalev e Artsebarsky enfrentariam um prolongado período na Mir.

A situação política na Terra se deteriorava, afetando diretamente a missão. O retorno de Krikalev e Artsebarsky, inicialmente previsto para outubro de 1991, foi adiado devido a um golpe de estado em agosto, que complicou as comunicações com o controle de missão. Durante esse período, uma necessidade técnica surgiu: a equipe precisava de um componente crítico, que estava a bordo, mas cuja localização era desconhecida devido a um inventário impreciso.

Com a comunicação com a Terra interrompida, Krikalev e sua equipe ficaram efetivamente isolados na estação. A situação só foi resolvida após o envio de uma equipe de emergência, que ajudou na coordenação e na resolução dos problemas técnicos.

Após 312 dias no espaço, Krikalev e Alexander Volkov retornaram à Terra em 25 de março de 1992, completando cerca de 5 mil órbitas. Krikalev se tornaria um ícone da exploração espacial, acumulando um total de 803 dias em missões subsequentes.