A meta do governo é reduzir em pelo menos 5% os homicídios por ano, antecipou hoje (31) o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. A meta constará do Pacto Nacional de Redução de Homicídios e foi adiantada durante o encerramento do 9º Encontro Anual de Segurança Pública, no Rio de Janeiro.
Segundo Cardozo, o pacto ainda está sendo "alinhavado" entre órgãos do governo federal, estados e municípios e contará também com propostas regionais. Ele afirmou que serão priorizados os 81 municípios que concentram as mais altas taxas de homicídio.
O pacto, que será anunciado detalhadamente nos próximos dias, terá como principal estratégia o combate à violência no país. Antes de lançá-lo, o governo federal quer envolver o Judiciário e o Ministério Público.
{relacionadas}"Estamos discutindo com a Casa Civil, com a Secretaria Geral da Presidência e outros ministérios. O objetivo é concluí-lo o mais rápido possível, de modo a iniciar o diálogo imediato com governadores, municípios e sociedade civil", acrescentou o ministro.
O pacto, apresentado ontem (30) pela presidenta Dilma Rousseff aos governadores, objetiva tirar o Brasil do sétimo lugar do índice de homicídios na América Latina e o 11º no ranking mundial, segundo dados das Nações Unidas (ONU) e da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Em linha gerais, o ministro antecipou que o pacto combina "medidas de segurança pública" com políticas sociais focadas. Ele não adiantou valores que serão investidos.
No encontro, Cardozo pediu que o Judiciário "se vire para homicidas e não para pequenos delinquentes". Ele também sugeriu o monitoramento de programas e mais pesquisas para subsidiar políticas públicas. "Gastamos mal em segurança pública. É necessário mais análises e gestão (administrativa)", explicou.
Há previsão que a situação da superlotação nos presídios também seja discutida no pacto. De acordo com o Ministério da Justiça, os presos no país somam 600 mil pessoas para 276 mil vagas no sistema. O déficit, portanto, é de 231 mil vagas.