O ex-deputado Luiz Argôlo, réu da Operação Lava Jato por corrupção e lavagem de dinheiro declarou à Justiça Federal no Paraná que “na Câmara se elegem deputado com vários perfis, tem deputado que está lá para defender as bandeiras das igrejas, que está lá para defender as entidades de classe, e tem deputado que está lá para defender empresas, construtoras e bancos”.
Argôlo, que está preso em Curitiba, foi interrogado pelo juiz federal Sergio Moro. Praticamente todo o depoimento do ex-deputado se concentrou sobre uma figura emblemática do esquema de corrupção e propinas que se instalou na Petrobras entre 2004 e 2014,o doleiro Alberto Youssef.
Em delação premiada, Youssef relatou pagamentos de valores ilícitos para muitos deputados, entre eles Argôlo. O doleiro chamava Argolo de “bebê johnson” porque o então deputado lhe pedia dinheiro insistentemente e “chorava o tempo todo”. A força-tarefa da Operação Lava Jato constatou que o então deputado esteve 52 vezes em um escritório do doleiro, na Avenida São Gabriel, em São Paulo, entre fevereiro de 2011 e outubro de 2012. E mais 26 vezes em outros escritórios de Youssef, na rua Renato Paes de Barros, entre março de 2013 e fevereiro de 2014.