Os prefeitos alagoanos decidiram, em reunião realizada na tarde desta sexta-feira (11) na sede da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), paralisar por cinco dias as atividades da gestão pública municipal. A decisão é uma forma de chamar atenção para a crise financeira agravada pela queda no repasse do Fundo de Participação dos Municípios.
A mobilização foi decidida pela maioria dos 66 gestores presentes à reunião, mas não deve atingir todos os 102 municípios alagoanos. A paralisação, de 14 a 18 de setembro, implica no fechamento dos setores administrativos da gestão pública municipal. No entanto, segundo os gestores, serão mantidos os serviços de urgência e emergência da Saúde e o serviço de limpeza pública.
"A mobilização é uma forma de fazer com que a população tenha noção do problema desta crise. Desta forma. Estamos convocando toda classe política para desarmar o palanque e se integrar na mobilização. Se o valor da receita não fechar com as despesas, ficará difícil dos prefeitos administrarem", justificou o presidente da AMA, Marcelo Beltrão.
Outra medida aprovada pelos prefeitos é a realização de um protesto com a presença de prefeitos de Alagoas e Sergipe. O ato deve acontecer na ponte entre os municípios de Porto Real do Colégio (AL) e Neópolis (SE).
A prefeita de Arapiraca, segundo maior município do estado, se posicionou contra a paralisação. "Sou a favor da mobilização, mas contra a paralisação porque vamos punir quem não tem poder de resolver o problema: a população. O correto é pressionar os parlamentares e mobilizar um ato em Brasília. Fazer com que uma comissão seja recebida pela presidente [Dilma Rousseff]", disse Célia Rocha.
A mobilização, entretanto, será adotada por todos os prefeitos na sexta-feira (18). "Só na sexta a paralisação será geral, porque entendemos as peculiaridades de cada município alagoano. Uma paralisação de 5 dias possui consequências mais complicadas para municípios como Maceió e Arapiraca", ponderou Beltrão.