Lobista envolvido na Lava-Jato e ligado ao PMDB se entrega à polícia

O lobista ligado ao PMDB, João Augusto Rezende Henriques se entregou à Polícia Federal por volta das 13h desta segunda-feira (21/9). Ele era procurado por ser alvo de mandado de prisão temporária na 19ª fase da Operação Lava-Jato – apelidada de “Nessun Dorma” -, deflagrada hoje em São Paulo, Rio de Janeiro e Florianópolis

Henriques admitiu em conversa gravada em 2013 que pagava propinas para políticos do PMDB a partir de contratos com irregularidades na Petrobras. Ele chegou a dizer que, de um negócio de US$ 800 milhões com a empreiteira Odebrecht, US$ 8 milhões foram parar nas mãos do então tesoureiro do PT João Vaccari Neto, nas eleições de 2010, quando a presidente Dilma Rousseff foi eleita pela primeira vez.

O procurador regional da República Carlos Fernando dos Santos Lima detalhou a atuação de Henriques na Diretoria de Internacional da Petrobras, que foi comandada por Jorge Zelada. “Esse operador é talvez um dos maiores da área internacional”, disse o procurador. “Estamos seguindo os valores desviados da Petrobras, seguindo os operadores, que são os que providenciam o dinheiro limpo para as partes.”

Carlos Fernando afirmou que o Ministério Público vai aprofundar as investigações sobre o lobista. O objetivo é pedir a prisão preventiva de Henriques após os cinco dias da detenção temporária.