O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que a população reclama “com razão” dos preços dos combustíveis. Ele repetiu não ter controle sobre a política da Petrobras e afirmou que o “grande violão” do aumento no preço é o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).
“O que mais pesa do preço da gasolina chama-se ICMS, é o imposto estadual, em média R$ 2 por litro. Bem, está um preço absurdo? Está. […] O preço do combustível, no meu entender, está caro, está. Mas o grande vilão chama-se ICMS”, disse em entrevista gravada para a Rádio Uirapuru, do Ceará, exibida nesta sexta-feira (14).
Segundo Bolsonaro, a arrecadação dos Estados aumentou desde 2019 considerando os reajustes de preços. Ele defende que seja adotado um valor fixo para incidir sobre os combustíveis.
Apesar de o chefe do Executivo culpar os impostos estaduais, os principais responsáveis pela alta dos combustíveis são o aumento do preço do petróleo no mercado internacional e a depreciação do real frente ao dólar.
Nesta semana, a Petrobras anunciou o primeiro reajuste de preços do ano. Em declarações anteriores, o presidente já afirmou que gostaria de privatizar a companhia e rever a políticas de paridade com o mercado internacional.
“Toda vez que aumenta preço do petróleo lá fora ou tem oscilações do dólar aqui dentro, a gasolina se aumenta quase automaticamente. Eu não tenho poder se chegar na Petrobras e dizer ‘baixa aí ou não aumenta’. Não tenho esse poder porque vou responder criminalmente”, declarou.
Na entrevista, Bolsonaro voltou a responsabilizar o Lula por deixar uma “dívida monstruosa” da estatal. “Só na Petrobras, a roubalheira foi enorme. […] O PT quase quebrou uma petroleira, a Petrobras”, disse.