O ex-deputado federal André Vargas (sem partido-PR) disse nesta quarta-feira (14), em depoimento à Justiça Federal, em Curitiba, que não usou a compra de uma casa em Londrina (PR) para lavar dinheiro. De acordo com denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF), Vargas declarou ter pago R$ 500 mil pelo imóvel, mas o antigo dono da casa disse que vendeu o bem por R$ 980 mil.
Para os promotores, há indício de lavagem de dinheiro na operação. Além do ex-deputado, respondem à acusação de lavagem de dinheiro sua esposa, Eidilaira Soares, e o irmão de André Vargas, Leon Vargas.
“Minha casa cabe perfeitamente na minha receita”, disse Vargas ao juiz Sério Moro. “A origem dele [valor para a compra do imóvel] são economias pessoais, venda de um sítio e as movimentações financeiras da minha conta, todas do meu salário”.
Vargas afirmou que declarou ter pago um valor inferior a pedido do vendedor. Segundo o ex-parlamentar, a escritura da casa está no nome de Eidilaira, porque parte dos recursos para a compra da casa vieram da venda de um sítio que era da esposa.
De acordo com o MPF, a negociação foi feita para lavar parte do dinheiro recebido por Vargas vindo de propina na negociação de contratos de publicidade com o governo, descoberto durante as investigações da Operação Lava Jato. Neste caso, André Vargas e Leon Vargas foram condenados, junto com o publicitário Ricardo Hoffmann, pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Conforme as investigações, Vargas recebeu propina para a contratação de uma agência de publicidade com a Caixa Econômica Federal e o Ministério da Saúde.