“Você não sabe quem eu sou. Eu não sou negro para ser abordado por policial negro”. Estas foram as frases direcionadas ao 2º sargento da PMDF Shemeoerk Apoliano, após abordar Patrick Sóstenes de Souza Ferreira, um homem de 26 anos na orla do Lago Paranoá, no sábado (9), área nobre do Distrito Federal.
“Estávamos patrulhando a região da Vila Planalto quando encontramos o rapaz caído no chão. Testemunhas relataram que ele foi colocado para fora [de um bar na orla], porque estava assediando mulheres e perturbando pessoas. Quando pedimos para ele se virar de costas, ele revidou dizendo que não seria abordado por policial negro”, relatou.
“Ele disse que não era preto para ser abordado e que também não aceitaria ser revistado por policial preto. Imediatamente demos voz de prisão. Entre as ofensas que ele proferiu, ele disse que a gente não sabia com quem estávamos falando, que ele já tinha estudado na Espanha e falava três idiomas”, lembra Shemeorerk.
O homem foi preso em flagrante acusado de injúria racial. Se condenado, pode pegar pena de 1 a 3 anos de reclusão.
Além de cometer injúria racial, Patick é acusado de furtar o interior de barcos, mostrar as partes íntimas para pessoas que estavam no local e por uso e porte de drogas.
De acordo com a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), quando a Polícia Militar (PMDF) foi acionada, o jovem estava desacordado e tinha lesões no rosto e na cabeça. O dono do estabelecimento informou que ele teria roubado bebidas alcoólicas do bar, furtado um celular em uma lancha e ainda assediado mulheres, mostrando-lhes as partes íntimas. Patrick tinha sido agredido por clientes que estavam no estabelecimento, por isso estava ferido quando abordado pela equipe do sargento.