Peru autoriza eutanásia pela 1ª vez a mulher com doença sem cura

Nesta última quinta-feira (14), a Suprema Corte de Justiça do Peru autorizou o procedimento de eutanásia para Ana Estrada, uma psicóloga de 45 anos, que sofre de pólio progressiva há 30 anos, uma doença rara, degenerativa e sem cura. Ela é a primeira peruana a receber a permissão.

O veredicto foi considerado surpreendente em um país de maioria católica, onde a eutanásia é ilegal. Ana Estrada disse que seu caso é isolado, mas que espera “que sirva como precedente”.

Ana Estrada sofre desde os 12 anos de polimiosite, que provoca fraqueza muscular progressiva e, por isso, começou a usar uma cadeira de rodas aos 20 anos. Atualmente, a psicóloga precisa usar um respirador a maior parte do tempo.

A decisão da Suprema Corte do Peru ratifica uma sentença de um tribunal de Lima, que reconheceu o direito de Ana Estrada de uma morte assistida. Está pendente o aspecto vinculado ao protocolo para executar a eutanásia. 

A sentença diz que deve-se “entender por eutanásia a ação de um médico de fornecer de forma direta (oral ou intravenosa) um fármaco destinado a pôr fim à sua vida”.

“Desde 2019, quando fiz minha reclamação na Ouvidoria, meu corpo enfraqueceu mais. Nada vai parar esse processo de deterioração. É um fato que me levará a uma situação de sofrimento físico, mental, emocional e insustentável. Ninguém pode mudar isso, mas o que pode mudar é essa borda da minha vida se eles me deixarem decidir. Quero evitar a dor e escolher a maneira de fazê-lo”, disse Ana Estrada em audiência na Suprema Corte na semana passada.

TAGS: