Cerca de 12 mulheres procuraram a Delegacia da Mulher (Deam) de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, para denunciar um médico cirurgião plástico, identificado como Bolívar Guerrero, de 63 anos, preso na última segunda (18) suspeito de cárcere privado. A 12ª vítima afirmou que ficou com o seio necrosado depois da cirurgia.
“Operei em um sábado, fui liberada no domingo, quando Bolívar me deu alta. Na terça, liguei para ele e disse que meu seio estava escuro. A gente liga, liga e ele já não atende mais. Meu seio começou a ficar escuro, necrosar e deu muito pus, até que perdi parte dele, pois afundou”, explicou a autônoma Gedalia Barreto.
Na última quarta-feira (20), Gedalia foi à delegacia depois de ver a repercussão da prisão do médico. Bolívar está sendo acusado de manter uma paciente há aproximadamente dois meses em cárcere privado no Hospital Santa Branca, em Duque de Caxias, Baixada Fluminense do Rio.
De acordo com informações fornecidas pela Polícia Civil, há provas de que Daiana Chaves Cavalcanti, de 36 anos, esteve mantida em cárcere privado e estava apodrecendo no hospital, sendo proibida de fazer uma transferência.
Gedalia detalhou que fez duas cirurgias em 2018 e achou o médico por meio de propagandas nas redes sociais. A mulher sonhava em fazer uma abdominoplastia para remover a marca de três cesarianas e colocar prótese mamária:
“Não ficou legal, minha barriga ficou torta. Ele (Bolívar) disse que isso acontece e após 30 dias, pediu para eu voltar que ele consertaria. A gente que é pobre junta dinheiro com muito sacrifício, muita dificuldade mesmo. Quando chega a vez de conseguir consertar o peito, a barriga, a gente sai mais torta ainda”, relata a vítima.
O cirurgião segue detido por tempo indeterminado após a decisão do Tribunal de Justiça, em audiência de custódia.