Policial relata que sofreu racismo em blitz da Lei Seca no Rio de Janeiro

Um policial militar negro prestou queixa na 16ª DP (Barra da Tijuca) alegando ter sido vítima de racismo enquanto trabalhava numa blitz da Lei Seca. O crime ocorreu no início do mês no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio.

O homem, identificado como Leonardo Fernandes Pontes, de 36 anos, foi preso em flagrante, e informou à Justiça ser gerente de uma empresa multinacional. Ele foi denunciado pelo sargento Wagner Carvalho de tê-lo chamado “macaco”, e também de ter dito que o policial “não tinha nem direito a ter família” por ter a cor de pele negra.

Após parar Leonardo numa blitz, o PM disse que questionou ao homem se ele tinha ingerido alguma bebida alcoólica, e que o motorista respondeu que não. Entretanto, conforme o relato, ao ser encaminhado para realizar o exame do bafômetro, Leonardo mudou sua resposta e admitiu ao PM que havia bebido. Instantes depois, ele pediu “ajuda” a Wagner.

Prevendo que o homem estava tentando suborná-lo, o PM advertiu o motorista de que toda a ação estava sendo gravada – o sargento estava com uma câmera corporal, equipamento que está sendo utilizado desde maio por PMs do Rio de Janeiro.

“Eu dei mais ou menos uns três passos e ele falou: ‘É isso mesmo o que a sua raça faz, só faz merda’. Eu pedi que ele repetisse o que ele havia dito, e ele permaneceu calado. Atrás da barraca, ele me chamou de macaco filho da… Algemei ele. E ele começou a xingar toda a equipe com palavras de baixo calão. Agrediu com chutes um agente civil da operação…. [Na verdade] Dois agentes civis na operação”, afirmou Wagner.

Leonardo foi preso em flagrante e levado à audiência de custódia. No entanto, na audiência, que ocorreu no dia 6 de julho, a juíza decidiu a soltura de Leonardo