Glória- BA: governo municipal comemora 129 anos de emancipação promovendo gestão democrática na educação

O município que deu vida as cidades de Paulo Afonso, Chorrochó e Rodelas, viveu muitos dos seus 129 anos, sob a penúria. Vocação econômica inexplorada, baixo orçamento, má administração e, no geral, subdesenvolvimento. Assistiu ao crescimento dos seus filhos, a exemplo de Paulo Afonso.

Passaram-se 100 longos anos, avançou, e finalmente abriu o século XXI com a esperança em dias melhores: Glória hoje tem passado, presente e futuro. Tomou para si o protagonismo da sua história. “Para tudo pedíamos licença a Paulo Afonso, hoje tomamos nossas próprias decisões”, discursou a prefeita Ena Vilma Negromonte (PP), no momento em que entregou a Praça da Juventude à população. São sete anos a frente do município.

Em tempo: obras que rasgam a cifra de R$1 milhão já viraram rotina para os glorienses, nunca em tempo algum se viu tanto maquinário, acesso, prédios públicos reformados, novas construções: creches, ciclovia e, para levantar a autoestima da cidade banhada pelo Rio São Francisco: um balneário. Um dos pontos turísticos mais visitados da região. Quem apareceu por aqui no 1º dia do ano, e chegou depois do meio dia, só ficou com a areia, não havia mais espaço.

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Duas vezes inundada, o município conseguiu por alguns anos, depois de uma batalha judicial, reconquistar aquilo que era de direito. Porém, a mesma justiça que cedeu um aumento significativo, tirou-lhe. A luta judicial continua. A rigor, esses recursos têm por função compensar danos ambientais e sociais. Assim foi feito, porém, enquanto a justiça não lança o veredito final é preciso criar alternativas.

“Nós temos hoje mais de 10 empreendimentos habitacionais o que significa que vamos crescer em população, triplicar em pouco tempo e que será necessário investir em infraestrutura para acolher os futuros moradores e melhorar a vida de quem já está aqui, na cidade e na zona rural”, disse o secretário de governo, Nivaldo Lopes.

Não faz muito tempo, um salário mínimo era dividido para duas pessoas. Hoje os jovens querem alternativas educacionais, querem faculdade, e o funcionalismo público luta para acrescentar plano de cargos e salários às suas respectivas funções. Normal, uma conquista puxa a outra. Se antes poucos tinham um salário completo, hoje, corrigida a anomalia, luta-se para melhorá-lo.

Em outras palavras, a transformação do município de Glória foi um divisor histórico, permitido, principalmente pelo povo que reconduziu Ena Vilma ao segundo mandato para que ela pudesse terminar o que começou.

O reconhecimento veio em 2015, da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) que classificou Glória em 37º lugar, num total de 417 municípios que mais se desenvolveram nos últimos anos, em todo país, puxados pela saúde e educação.

“Eu não precisaria disso para o poder, lutei sempre, da derrota à vitória, para dar dignidade a esse povo, aqui está à história da minha família, a minha e a sua”, discursou a prefeita.

Muito há para fazer, cresce o município e multiplicam-se os problemas pontuais: estrutura da rede elétrica, de água, mais despesas com saúde e educação num tempo em que os cofres federais estão fechados.  Porém, se conseguiu romper parte dos problemas estruturais, agora é trabalhar mais para dar continuidade ao crescimento.

No dia da emancipação aconteceu a posse para os novos diretores e vice-diretores da rede municipal de ensino: “Gestão democrática é, antes de tudo, partilhar responsabilidades”, diz Ena Vilma ao entregar certificado aos novos diretores para o biênio 2016/2018.

Depois do hasteamento das bandeiras do Brasil, da Bahia e do Município de Glória, o secretário de governo, Nivaldo Lopes, cumprimentou as autoridades e o público presente e pediu que se encaminhassem à Câmara Municipal para a posse e entrega dos certificados dos novos diretores das escolas municipais, também na presença da secretária de educação, Josefa Vicente, políticos, representantes dos professores, dos alunos e da APLB.

 “Não é todo gestor municipal que tem coragem de colocar a gestão democrática, pois a partir desse momento, o diretor tem maior autonomia bem como toda comunidade escolar que pode decidir quem será seu representante legal, então enquanto diretora do Colégio Ceap agradecer e pedir mais apoio para nossas escolas”, disse a diretora Joselia Gomes.

Segundo afirmou a secretária de educação, Josefa Vicente, Glória não pode mais ter como referência o município de Paulo Afonso, por ter conseguido um nível maior de classificação: “Enquanto nós estamos no Nível 4, Paulo Afonso está no Nível 2, eu me questiono que comparação é esta?”, indagou. Este nível é medido pela Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA), ligada ao Ministério da Educação.

Segundo Josefa, as mudanças implementadas pela gestão da prefeita Ena Vilma Negromonte estão balizadas no Plano Nacional de Educação (PNL), porém, em Glória, se deu antes da lei.

“Quando o projeto chegou à Casa, nós até estranhamos porque nunca tínhamos visto isso aqui”, lembrou o presidente da Câmara, José Nilson (PSD).

“Para mim é motivo de orgulho ter dado este pontapé, porque não se constrói nada que dure sem educação. Sei que avançamos muito em educação, mas também em todas as áreas, eu preciso acreditar no que estamos fazendo porque onde eu ando sou reconhecida por isso”, disse Ena Vilma.

Neste momento a prefeita lembrou o trabalho fundamental da Câmara Municipal para que o município tomasse o rumo certo: “Para que pudéssemos trazer desenvolvimento, gerar emprego e renda, foi fundamental o trabalha dos vereadores aqui nesta Casa”, lembrou.

Segundo informou Ena Vilma, na próxima semana o município ganhará mais uma máquina para reforçar a frota: “Chegará custando quase R$ 700 mil e enquanto houver verba para o combustível vai rodar, quando não der mais pára, pois é preciso ter responsabilidade, e eu não vou quebrar o município.”

A prefeita lembrou os primeiros anos de governo, as dificuldades enfrentadas e o apoio dos deputados Mário Negromonte (PP), Mário Júnior (PP) e de David Cavalcanti, que a acompanha nas romarias dos prefeitos ao governo do estado. “Quando Mário Júnior não pode, é David quem bate a porta deles comigo.”

“Eu cheguei aqui com o município devendo a secretarias de estado, vou entregar, se Deus quiser, em dia, e muito do que eu conseguir foi com o apoio dos nossos deputados e levando muitos não, mas sempre perseverando”, acrescentou.

A cerimonia terminou ao meio dia, lembrando que agora só aumenta a responsabilidade dos escolhidos, pois em dois anos são mais eleições.