A Polícia Federal (PF) pediu hoje (26), em Curitiba, a prorrogação – por mais cinco dias – das prisões temporárias de João Santana, sua esposa, Mônica Moura, e também da funcionária da Odebrecht, Maria Lúcia Tavares. Os três foram presos durante a 23ª fase da Operação Lava Jato. O documento foi enviado ao juiz Federal Sérgio Moro.
Segundo a PF, um grande volume de material foi apreendido e uma análise preliminar demonstra a necessidade da prorrogação das prisões. “Devido ao grande volume de material apreendido, apenas uma análise preliminar foi passível de ser realizada até o presente momento. Ainda que preliminar, a análise do material, aliada às declarações coletadas em sede policial, permite demonstrar a necessidade de prorrogação da medida cautelar de prisão temporária em relação à parte dos investigados”, diz o pedido.
Segundo o documento enviado ao juiz Moro, a PF alega que, até o momento, a defesa de João Santana e sua esposa, Mônica Moura, não apresentou provas contrárias às alegações contra o casal.
“Assim, a defesa reduz os inúmeros indícios expostos nos presentes autos a meras especulações, mas até o presente momento, nada apresentou que possa fazer prova em contrário. Não há um contrato, uma invoice, um registro ou mesmo uma troca de e-mails ou qualquer indício, por menor que seja, apto a corroborar os fatos alegados pela de defesa de João Cerqueira de Santana Filho e Mônica Regina Cunha Moura”.
A 23ª Fase da Operação Lava Jato foi denominada Acarajé em alusão ao termo utilizado por alguns investigados para nominar dinheiro em espécie. O objetivo das investigações desta fase é o cumprimento de medidas cautelares a partir de representação da autoridade policial, relacionadas a três grupos: um grupo empresarial responsável por pagamento de vantagens ilícitas; um operador de propina no âmbito da Petrobras; e um grupo recebedor, cuja participação fora confirmada com o recebimento de valores já identificados no exterior em valores que ultrapassam US$ 7 milhões.