Em entrevista ao apresentador Raimundo Varela durante o “Balanço Geral” desta quinta-feira (17), o governador da Bahia, Rui Costa (PT), falou sobre sua viagem à China para buscar recursos a fim de tirar obras importantes para o estado do papel. Rui Costa também falou de temas importantes, como saúde, educação e segurança pública. Confira a entrevista na íntegra:
Varela – Governador, fale um pouco sobre essa viagem para a China. Como foi?
Rui Costa – Com a crise econômica que atinge todo o Brasil, faltou dinheiro para a iniciativa privada e para o setor público. Eu estou correndo atrás de recursos pelo mundo todo. Em novembro estive na Alemanha e agora na China. Assinamos um protocolo para construção do Porto Sul, da Ferrovia e outros projetos. As empresas de lá vão fazer o investimento. Eles também vão investir no VLT, que vai substituir o trem do Subúrbio. Vamos trocar aquilo ali por um equipamento novo. Até o dia 30 de abril uma missão chinesa dessa empresa virá aqui para olhar os detalhes de todos esses projetos.
Varela – E a ponte Salvador-Itaparica? Posso voltar a sonhar com ela?
Rui Costa – Estamos trabalhando pra isso. Levei o projeto da ponte pra todas as empresas. Claro que esse projeto é o de maior envergadura, é de quase R$ 6 bilhões. Mas elas precisam de mais tempo para fazer análises e estão se debruçando sobre todos os projetos que apresentamos. Ficaram de formular uma proposta de viabilidade de construção da ponte. Voltamos de lá otimistas, porque a China hoje é um país capitalizado e está querendo investir na América Latina. Eu disse a eles que o melhor lugar pra investir no Brasil é começar na Bahia, porque aqui que nasceu o nosso país.
Varela – Como está a saúde no estado, governador? E os investimentos?
Rui Costa – A maior parte da rede hospitalar nossa está em Salvador, a parte de atendimento de média e alta complexidade também. Para desafogar Salvador, estou construindo no interior do estado cinco policlínicas nas cidades de Paulo Afonso, Irecê, Guanambi, Teixeira de Freitas e Jequié, já autorizei a licitação. A policlínica é o lugar que as pessoas vão fazer tanto a consulta dos exames mais complexos, como também o próprio exame.
Varela – Não posso deixar de perguntar sobre segurança pública. Como resolver esse problema na Bahia?
Rui Costa – Esse é um drama. A segurança pública é um drama do país. Nós vivemos uma tragédia nacional. Eu diria que a droga é o gafanhoto que está destruindo nossa juventude. No Brasil são quase 50 mil homicídios por ano, a maioria deles de jovens de até 25 anos de idade. No primeiro ano nós conseguimos reduzir os homicídios em todas as regiões do Estado. Em algumas regiões, como em Feira de Santana, chegamos a mais de 20% de redução. Queremos continuar com esse número.
Muita gente acha que segurança pública é só o dever do estado, e eu chamo muito pela família. Você que é pai, avô, tio, quando você cuida da criança, dá carinho, dá afeto, é difícil ela entrar para a criminalidade. É uma tragédia quando essas crianças perdem a referência da família. O cargo de governador é passageiro, mas o governador tem obrigação de plantar uma semente. E a semente que eu quero plantar é a semente do valor da família.
