Um mosquito da dengue modificado geneticamente foi identificado por uma pesquisa do Instituto Nacional de Doenças Infecciosas do Japão. O Aedes aegypti recém-descoberto é super-resistente e não morre nem quando submetido a inseticidas.
A revista Science Advances publicou as informações em 21 de dezembro. A fim de chegar a essa conclusão, a equipe de pesquisadores coletou exemplares de mosquitos em diferentes países, dentre eles o Brasil.
Aproximadamente 78% dos insetos encontrados nos países de Camboja e Vietnã apresentavam a mutação L982W, que está ligada à resistência à permetrina, um inseticida bastante comum no mercado. Cientistas já notaram essa mutação em mosquitos, mas nunca em números tão elevados. O estudo também identificou que os mosquitos encontrados em Phnom Penh, capital cambojana, são extremamente resistentes a dois inseticidas usados com frequência para afugentar esses insetos. Um dos inseticidas eliminou somente 10% dos mosquitos, enquanto o outro não matou nenhum.
A pesquisa não identificou a mutação em nenhum outro país além do Vietnã e Camboja, mas avisa que há um possível risco de expansão para outras áreas da Ásia e, eventualmente, para outros continentes.