Na quarta-feira (11), Kleber Rosa, ex-candidato ao Governo da Bahia, ativista do movimento negro, cientista social e secretário de Comunicação do PSOL Bahia, defendeu, o fim da Polícia Militar.
O psolista, que também é investigador da Polícia Civil, salientou que o Brasil é um dos poucos países que mantém a polícia militarizada e enfatizou que o foco das ações policiais deve ser a investigação criminal e não o paradigma de polícia que segue uma lógica de guerra, focada no confronto.
O modelo de militarização da polícia brasileira tem sido criticado e discutido por diversos grupos. Desta vez, a declaração foi dada durante uma conversa à Rádio Sociedade da Bahia, ao programa “Conexão Bahia”.
Kleber mencionou o exemplo dos Estados Unidos, onde a polícia não é militarizada e, segundo ele, segue o “ciclo completo”.
“Precisamos de um modelo de segurança pública que tenha como foco a Polícia Civil e o trabalho de investigação criminal para aumentarmos o percentual de elucidação dos crimes e para combatermos de forma mais eficaz as grandes organizações criminosas”, afirmou.
Em comparação com a polícia americana, Kleber explicou que os policiais, por lá, iniciam fazendo o trabalho ostensivo nas ruas e, com o tempo, tornam-se investigadores e detetives.
“O ostensivo fica a serviço da investigação. As pessoas se enganam quando vêm o uniforme e acham que é polícia militar”.
O investigador também lembrou um projeto de emenda à Constituição do senador Lindbergh Farias (PT), que defendia a desmilitarização.
“A PEC de Lindbergh acabou ficando esquecida. Precisamos agora retomar esse debate sobre a importância de fazermos uma reestruturação da segurança pública no Brasil”, disse, destacando a relevância da participação cidadã nessa e em outras questões pertinentes ao contexto político.
