A Janssen, divisão de medicamentos da Johnson & Johnson, anunciou o término de um dos principais estudos globais envolvendo a criação de uma vacina contra o HIV. Os testes realizados na 3ª fase mostraram que o imunizante não oferece riscos, no entanto, não previne infecções.
O estudo, chamado de Mosaico, começou em 2019 e foi concluído em outubro de 2022. 3,9 mil homens cisgêneros e pessoas trans com idades entre 18 e 60 anos, participaram. Os testes foram executados em vários lugares, dentre eles o Brasil.
“A análise do Mosaico, com base nos dados disponíveis até o momento, indicou que o regime não protege contra o HIV e não se espera que o estudo atinja seu objetivo primário. Não foram identificados problemas de segurança com o esquema vacinal. Diante disso, o estudo será descontinuado e novas análises estão em andamento”, informou a Janssen em um comunicado nesta semana.
Os voluntários receberam duas variedades da vacina experimental, que usa um vírus causador de resfriado (adenovírus 26) para fornecer o código genético do HIV ao corpo humano, com o objetivo de estimular uma resposta imune. Foram administradas quatro doses ao longo de um ano, sendo que as duas últimas continham uma mistura de proteínas solúveis.
Os resultados insatisfatórios interrompem a corrida mundial em busca de um imunizante eficaz contra o HIV, um vírus que sofre mudanças de forma rápida e consegue escapar facilmente do sistema imune.
O insucesso nos testes ocorreu um ano depois de outra vacina da Johnson & Johnson contra o HIV também não ter demonstrado proteção adequada contra o HIV em uma pesquisa com mulheres jovens da África subsaariana.
“Estamos desapontados com este resultado e nos solidarizamos com as pessoas e comunidades vulneráveis e afetadas pelo HIV”, relatou a médica Penny Heaton, chefe da área terapêutica global de vacinas da Janssen.
A farmacêutica disse que os participantes do estudo estão sendo informados sobre os resultados.