Desmatamento na Amazônia e terras indígenas: a realidade sob a gestão Bolsonaro

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) utilizou seu canal no Telegram para se posicionar sobre as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que acusou Bolsonaro de abandonar a população indígena Yanomami e apontou a crise de saúde pública e humanitária na região.

Em seu texto, intitulado “contra mais uma farsa da esquerda, a verdade”, Bolsonaro citou ações do Ministério da Saúde realizadas em territórios indígenas entre 2020 e 2022. No entanto, o ex-presidente omite dados sobre o aumento de mortes de indígenas desde o início de sua gestão em 2019.

De acordo com o levantamento “Povos Indígenas e Meio Ambiente”, lançado pelo Coletivo RPU Brasil, houve aumento da mortalidade de bebês indígenas na gestão Bolsonaro. Dados do Ministério da Saúde mostram que, entre janeiro e setembro de 2019, foram registradas 530 mortes de bebês indígenas com até 1 ano de idade.

A região Yanomami também enfrenta problemas como falta de atendimento médico, transporte e desnutrição, além dos conflitos violentos entre garimpeiros e indígenas e acusações de negligência da gestão Bolsonaro.

Além disso, na Amazônia, o desmatamento atingiu, em 2020, a maior taxa em 12 anos, com 10.851 km2, tendo crescido 90% nas terras indígenas.

Lula, que visitou o território Yanomami no último sábado (21), afirmou: “É desumano o que eu vi aqui. Sinceramente, se o presidente que deixou a Presidência esses dias em vez de fazer tanta motociata tivesse vergonha e viesse aqui uma vez, quem sabe esse povo não tivesse tão abandonado como está”.