Atendimentos médicos necessitam de credibilidade, comprometimento e, em muitos casos, valor justo. No entanto, é preciso ter cautela na hora de escolher o profissional. Na última quinta-feira (02/03), um homem foi preso sob suspeita de realizar procedimentos odontológicos clandestinamente na cidade de Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, em Pernambuco.
Há mais de vinte anos mantendo um consultório no bairro de Prazeres, o acusado sequer possuía a autorização legal para exercer a profissão, segundo o Conselho Regional de Odontologia de Pernambuco (CRO-PE). O flagrante ocorreu durante uma operação do CRO-PE com a Polícia Civil.
Segundo o responsável pelo setor de fiscalização do CRO-PE, João Godoy, a identificação do falso cirurgião-dentista ocorreu quando os agentes da entidade estavam monitorando outras clínicas nas imediações e encontraram o consultório do suspeito.
Além de não estar preparado para os atendimentos, ele não possuía uma estrutura adequada. Além disso, ele também se propunha a colocar próteses dentárias e a fazer reabilitação oral.
“Quando a gente entrou, viu ele fazendo atendimento direto num paciente. Ele disse que era uma prática da família e aprendeu o ofício com o pai. No começo, tentou negar, dizendo que estava só atendendo um amigo, mas depois confirmou que era um paciente e que atendia naquele local. Para fazer isso, você precisa ser cirurgião-dentista. Somente com o curso de odontologia você vai aprender a esterilização de instrumentos e a lidar com intercorrências no paciente. São muitos riscos envolvidos: de contrair doenças infectocontagiosas até ir a óbito”, disse Godoy.
De acordo com o artigo 282 do Código Penal, a prática ilegal das profissões médicas, odontológicas ou farmacêuticas pode ser punida com detenção de seis meses a dois anos. Se a atividade for feita com a finalidade de ganhar dinheiro, também pode ser aplicada uma multa.