Um novo estudo aponta que adolescentes que usam celular por mais de três horas diárias têm maior risco de apresentar dor na coluna. A pesquisa analisou os hábitos de uso de telas de 1,6 mil adolescentes brasileiros e descobriu que o problema é mais frequente em garotas e está associado à pouca distância entre o dispositivo e os olhos, bem como à postura do usuário.
A dor de coluna em questão é sentida no meio das costas e pode ser chamada de TSP. Os autores do estudo, publicado na revista científica Healthcare, apontam a alta prevalência e incidência deste tipo de dor na coluna em estudantes brasileiros do ensino médio, mas reforçam que intervenções precoces podem reduzir problemas mais graves envolvendo a coluna na nova geração.
O estudo foi realizado em estudantes de 14 a 18 anos, matriculados no ensino médio, na cidade de Bauru, no interior de São Paulo. No primeiro ano da pesquisa, em 2017, 1,6 mil jovens responderam aos questionários envolvendo seus hábitos no uso de dispositivos eletrônicos e possíveis dores. No ano seguinte, 1,39 mil foram reavaliados, o que permitiu rastrear as possíveis causas do problema.
Segundo os autores, 38,4% dos participantes apresentaram dores nas costas durante as respostas do primeiro questionário. Após 12 meses, mais 10,1% relataram o início deste tipo de dor. Esses achados reforçam a alta prevalência do quadro entre os jovens.
O professor Alberto de Vitta, um dos autores do estudo e professor da Faculdade Eduvale de Avaré e da Universidade do Vale do Sapucaí, afirmou que existem vários tipos de tratamentos, como a reeducação postural global, o pilates e a fisioterapia baseada em recursos eletrotermofototerapêuticos, que podem ajudar a solucionar o problema.
Além de limitar o uso do celular para menos de três horas diárias, algumas mudanças na rotina podem gerar efeitos positivos no controle da dor, como evitar mochilas com muito peso, carteiras de sala de aula mais anatômicas, correção da postura e atenção à saúde mental, como estresse e ansiedade. Com essas mudanças, é possível reduzir a incidência da dor na coluna e garantir uma vida mais saudável para os adolescentes.