Chacina em creche de Blumenau: padrasto do agressor relata ameaças e perseguição

O padrasto do autor da chacina que matou quatro crianças em uma creche em Blumenau, em Santa Catarina, concedeu uma entrevista ao site UOL e contou que teve que deixar a cidade depois de ter sido esfaqueado pelo agressor. O homem relatou que era perseguido e ameaçado constantemente e que decidiu sair de Blumenau para não ser morto.

“Quando cruzava com ele pelas ruas de Blumenau, ele me perseguia de moto e fazia ameaças, batendo no vidro do meu carro aos gritos e apontando para a pochete como se fosse sacar uma arma. Ele também ficava rondando de moto na frente da casa do meu filho”, disse o padrasto.

O último caso de violência teria ocorrido em dezembro de 2022. Na ocasião, o padrasto acusou o agressor de ter arrombado o portão da sua casa e esfaqueado o cão da família. Segundo ele, na época, solicitou medida protetiva contra o enteado, mas não foi atendido. Com medo de ser assassinado, decidiu sair da cidade.

O autor da chacina, que já tinha pelo menos quatro antecedentes criminais, entre eles por ter esfaqueado o padrasto e ferido seu cão, foi preso no último dia 5. Segundo a Polícia Civil, ele pulou o muro da unidade portando uma machadinha e se dirigiu ao pátio, onde um grupo de crianças estava reunido. Lá, ele as atacou e matou quatro delas e feriu outras cinco.

Por enquanto, o agressor deverá responder por quatro homicídios triplamente qualificados, sendo que os agravantes são motivo fútil, meio cruel, contra menor de 14 anos e recurso que dificultou a defesa da vítima. Além disso, ele será indiciado por cinco tentativas de homicídio, já que ele feriu outras cinco crianças no ataque.

A Polícia Civil informou que o padrasto não foi ao Instituto Médico Legal (IML) quando foi esfaqueado, impossibilitando a constatação da gravidade das lesões. A vítima também não quis representar criminalmente contra o agressor na época.