Há 70 anos, o Monte Everest testemunhou a façanha de Edmund Hillary e Tenzing Norgay, a primeira dupla a conquistar seu pico nevado. Desde então, apenas 33 brasileiros se juntaram a esse seleto grupo. Nenhum deles nasceu na Bahia, mas um corajoso médico de Paulo Afonso quase mudou essa história.
Eliezer Junior, gastroenterologista e endoscopista de 52 anos, já havia escalado alguns dos picos mais desafiadores do mundo antes de encarar o Everest em 2019. Mont Blanc, Aconcágua, Kilimanjaro e Monte Elbrus constam em seu currículo montanhista. Movido pelo desejo de conquistar a “Deusa Mãe do Mundo”, como o Everest é conhecido localmente, ele se dedicou intensamente à preparação, inclusive contou com a ajuda do personal trainer Marcelo Affonso, conhecido por treinar a cantora Ivete Sangalo.
Em sua jornada rumo ao cume, Eliezer enfrentou condições extremas, como ventos implacáveis, temperaturas congelantes e ar rarefeito. Além disso, ele contou com o apoio de guias experientes, os sherpas, e uma equipe responsável por organizar toda a logística da expedição.
Embora determinado e corajoso, Eliezer encontrou um obstáculo inesperado em sua missão: a burocracia. Ele alcançou uma altitude de mais de 5.000 metros, mas não pode chegar ao cume por não ter pago a taxa de permissão mais alta, exigida pelo governo do Nepal.
A conquista do Everest é uma empreitada custosa, podendo ultrapassar R$ 270 mil, incluindo taxas, equipe, equipamentos, transporte e hospedagem. Além disso, o governo nepalês requer permissões especiais, experiência comprovada em escalada de alta altitude e atestados médicos de aptidão física.
Embora Eliezer não tenha atingido o topo do Everest, sua coragem e perseverança servem de inspiração para todos aqueles que ousam enfrentar desafios aparentemente impossíveis.