Bolsonaro na mira: PF investiga fraude em dados de vacinação do ex-presidente e prende Mauro Cid

Brasília, 3 de maio de 2023 – Nesta quarta-feira, a Polícia Federal deu início à “Operação Códice”, que tem como alvo o ex-assistente de Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, bem como o próprio ex-presidente. A ação, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), envolve a prisão de Cid e busca e apreensão na residência de Bolsonaro em Brasília. Até o momento, os aparelhos celulares do ex-mandatário e da ex-primeira dama foram apreendidos.

A operação tem como foco um esquema criminoso que manipulava dados sobre a vacinação contra a Covid-19 nos registros do Ministério da Saúde. A PF está cumprindo um total de 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva nas cidades de Brasília e Rio de Janeiro.

Segundo informações divulgadas pela PF, a manipulação de dados ocorreu no período entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, impactando a veracidade das informações sobre o estado de imunização de indivíduos contra o coronavírus. Entre os afetados estaria o ex-presidente Bolsonaro, que teria tido seu cartão de vacinação adulterado. Com os dados alterados, os envolvidos conseguiram emitir certificados de vacinação para burlar medidas sanitárias no Brasil e nos Estados Unidos, visando evitar a disseminação da Covid-19.

A investigação sugere que o grupo criminoso atuava para fortalecer a coesão identitária em torno de pautas ideológicas, como o questionamento da vacinação contra a Covid-19.

A “Operação Códice” faz parte de um inquérito mais amplo que apura o papel das chamadas “milícias digitais” e está sendo conduzido pelo STF. Os delitos em análise englobam violação de medidas sanitárias preventivas, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores.

O nome da operação, “Códice”, remete à ideia de um conjunto de regras ou princípios, destacando a importância de manter a integridade das informações e ações no combate à pandemia.

A Polícia Federal continua a analisar o material apreendido e a colher depoimentos de pessoas que possam fornecer informações sobre os acontecimentos investigados.