Adolescente suspeito de sequestrar irmã de 3 anos pede resgate por boleto bancário em BH

Um adolescente de 17 anos está sendo investigado pela Polícia Civil de Belo Horizonte (MG) sob suspeita de ter sequestrado a própria irmã, uma menina de 3 anos, no bairro Canaã, na região de Venda Nova. A mãe da vítima acionou a Polícia Militar por volta das 18h29 de segunda-feira, dia 8 de maio, após chegar em casa e não encontrar nenhum dos seus filhos.

Segundo as informações fornecidas pela polícia, o motorista do escolar que levava a menina após a escola afirmou ter entregue a criança ao seu irmão às 16h22 daquela mesma tarde. O momento foi flagrado por câmeras de segurança de uma residência próxima. Porém, mais tarde, a mãe recebeu uma ligação da avó da menina, que afirmou ter recebido, por WhatsApp, uma foto da neta sobre uma passarela da MG-010. No entanto, a imagem teria sido apagada pelo remetente antes que ela pudesse salvá-la.

Além da foto, o sequestrador teria enviado um boleto de aproximadamente R$ 13.944 e exigido que este fosse pago como resgate da menina. O pedido de resgate foi feito de forma inusitada, via boleto bancário, o que chamou a atenção da polícia.

Durante a noite, o sequestrador mandou mensagens para a avó da menina afirmando que havia se cansado de esperar pelo pagamento e iria liberar a vítima. O suspeito informou que ela seria encontrada na Avenida Brasília, uma das mais movimentadas de Santa Luzia, na região metropolitana. Policiais e familiares foram até o local e encontraram a criança junto com um homem que afirmou tê-la encontrado sozinha, sentada em frente a um ferro-velho, fechado por causa do horário.

A polícia está investigando o caso e todas as hipóteses são avaliadas neste momento. O delegado Rodrigo Bustamante esclareceu que o caso é tratado como um possível sequestro e que o principal suspeito é o irmão da criança, um adolescente de 17 anos que ainda não foi localizado. De acordo com a Polícia Civil, o adolescente pode responder pelo crime de extorsão mediante sequestro.

A mãe da menina afirmou que o jovem de 17 anos foi morar com ela há cinco meses, e que costumava receber a criança do transporte escolar. Ela disse também que o suspeito e seu atual companheiro, pai da menina de 3 anos, não têm boa relação. Na casa, vivem o casal e mais três filhos.

O delegado esclareceu que os pais precisam ficar atentos ao comportamento dos filhos, pois muitas vezes a percepção familiar pode mascarar qualquer outra conduta que eles venham desenvolvendo em outro meio social. A criança e a mãe foram ouvidas durante a tarde desta terça-feira (9), e a avó da menina também será ouvida.

“Muitas vezes, a percepção familiar pode ser adversa do que realmente ocorre. A juventude hoje esconde muito do seu comportamento para os seus familiares. Então nem sempre a percepção familiar de que é um bom filho pode mascarar qualquer outra conduta que ele vem desenvolvendo em outro meio social”, afirmou o delegado.

O caso está sendo investigado pela Delegacia Especializada de Antissequestro, do Departamento de Operações Especiais (Deoesp).