Petrobras Anuncia Redução de Preços, mas Bahia e Sergipe Ficam de Fora

Para muitos baianos e sergipanos, a promessa de uma queda nos preços dos combustíveis anunciada recentemente pela Petrobras parecia o alívio esperado diante do aperto financeiro. Contudo, uma realidade regional contraditória e complexa faz com que esses cidadãos não desfrutem dos benefícios da redução.

A refinaria que abastece os estados da Bahia e Sergipe, a Refinaria de Mataripe (anteriormente conhecida como Landulpho Alves), não segue a política de preços da Petrobras desde sua privatização em novembro de 2021. Em seu lugar, a Acelen, uma empresa criada pelo fundo Mubadala Capital para administrar a refinaria, implementou sua própria política de preços.

De acordo com a Acelen, essa política se baseia em “critérios técnicos, que levam em consideração variáveis como custo do petróleo, dólar e frete, em consonância com as práticas internacionais de mercado”. A empresa argumenta que sua fórmula é “independente e transparente”, aprovada pela agência reguladora, e que visa promover um mercado mais competitivo no país.

Mas o que isso significa para o consumidor comum na Bahia e em Sergipe?

Infelizmente, a realidade é que se a política de preços da Petrobras fosse aplicada nesses estados, os consumidores estariam desfrutando de uma queda significativa nos preços. Por exemplo, o gás de cozinha, atualmente vendido por R$ 128 em muitos pontos da capital baiana, custaria R$ 121 com a redução de 21,3% da Petrobras.

Para os motoristas, as economias seriam igualmente notáveis. Se todo o “desconto” da Petrobras fosse repassado, o preço da gasolina, atualmente a R$ 5,19 por litro, cairia para R$ 4,54 – uma queda de 12,6%. O diesel, por sua vez, teve uma redução anunciada de 12,8%.

Apesar de a Acelen manter a sua política de preços como uma estratégia empresarial legítima e regulamentada, é difícil para o consumidor comum não se sentir prejudicado ao ver uma oportunidade de alívio financeiro sendo frustrada. A situação destaca a necessidade de um debate mais amplo sobre a dinâmica dos preços dos combustíveis no Brasil, considerando tanto a política de preços das empresas quanto as particularidades regionais.

Este é um exemplo contundente de como as mudanças na política econômica podem ter efeitos distintos em diferentes regiões do país, e reforça a importância de uma cobertura jornalística atenta e aprofundada para ajudar os cidadãos a entenderem e navegarem nesse cenário complexo. Ficaremos de olho nos desenvolvimentos futuros desta situação e manteremos nossos leitores informados.