Parece coisa de filme, mas não é. A história do editor de vídeo Scott Lieberman, de 42 anos, é de uma realidade dura e complexa que remete aos sombrios dias da ditadura do general Augusto Pinochet no Chile. Roubado quando bebê, Scott reencontrou a família biológica depois de mais de quatro décadas. Acompanhe essa jornada de descobertas, reviravoltas e esperança que, como o próprio Scott disse: “Existem famílias por aí que ainda podem ser reunidas”.
Um resgate da memória e da verdade
Em 1979, durante a ditadura chilena, bebês foram roubados de suas famílias e encaminhados para agências de adoção. Esse foi o caso de Scott, que foi levado para os Estados Unidos ainda pequeno. A mãe biológica, Rosa Ester Mardones, foi forçada a assinar documentos para a adoção, sendo que Scott acabou sendo adotado de acordo com as leis norte-americanas.
Scott passou 42 anos de sua vida desconhecendo a verdade por trás de sua adoção. “Vivi 42 anos da minha vida sem saber que fui roubado, sem saber o que estava acontecendo no Chile durante os anos 70 e 80 e eu só quero que as pessoas saibam… Existem famílias por aí que ainda podem ser reunidas”, desabafou o editor de vídeo.
A emoção do reencontro e a dor da perda
Através da ajuda de uma ONG, Scott conseguiu reencontrar a meia-irmã, Jenny, e outros integrantes de sua família biológica no Chile, no último dia 11. Porém, infelizmente, não conseguiu se reencontrar com Rosa, sua mãe biológica. Rosa morreu aos 58 anos, em 2018, após uma longa batalha contra o câncer.
Esta história nos remete a um passado histórico doloroso, mas também mostra a força da resiliência e da esperança na busca por respostas e por justiça. Revela ainda a possibilidade de novos encontros, mesmo após muitos anos e desafiadoras circunstâncias. A história de Scott é um lembrete de que ainda há muitas famílias por aí à espera de serem reunidas, e de que o direito à verdade e à memória são imprescindíveis para a construção de um futuro mais justo.