Inflação surpreendente e perspectiva de cortes de juros animam o mercado
Depois do feriado de Corpus Christi, a Bolsa de Valores brasileira retomou as atividades em alta pela sexta vez consecutiva, registrando crescimento de 3,96% na semana, a maior alta desde a semana de 14 de abril. O principal índice de ações, Ibovespa, fechou em alta de 1,33% nesta sexta-feira, aos 117.019 pontos, seu maior patamar desde novembro de 2022.
Rodrigo Azevedo, economista e sócio-fundador do escritório GT Capital, sugere que o próximo objetivo do mercado é a casa dos 120 mil pontos. Este cenário positivo é influenciado pelos recentes dados de inflação que superaram as expectativas dos analistas, fortalecendo a perspectiva de um ciclo de cortes de juros ainda neste ano.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desacelerou para 0,23% em maio, a menor variação para o mês desde 2020, enquanto projeções apontavam uma alta de 0,33%. Adicionalmente, a Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgou que o Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) caiu 1,01% em abril, após recuar 0,34% no mês anterior.
Essa queda de preços reforça a expectativa de uma redução da taxa de juros pelo Banco Central, o que pode possibilitar uma recuperação mais robusta da economia brasileira, que já superou as expectativas de desempenho no primeiro trimestre.
Dólar recua e ações brasileiras valorizam
Enquanto isso, o dólar fechou em baixa de 0,97% em relação ao real nesta sexta-feira, sendo negociado a R$ 4,877, o valor mais baixo desde junho de 2022. Na semana, a moeda americana acumulou uma queda de 1,55%.
No setor de ações, a Petrobras e o Banco do Brasil se destacaram, com valorizações de 4,88% e 4,9%, respectivamente. Outras empresas também apresentaram resultados positivos, como a Gol e a CVC, com altas de 7,3% e 9,8%, respectivamente.
O otimismo no mercado também está sendo impulsionado por fatores externos. Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho para América Latina, afirma que a expectativa dos investidores de uma pausa na alta dos juros nos EUA contribui para a alta das ações. Além disso, os dados de inflação da China, que indicaram uma deflação em maio, alimentam a aposta em uma possível queda dos juros pelo banco central do país.
Projeções futuras
Para finalizar, o cenário para as próximas semanas se mostra promissor, com a perspectiva de um aumento na renda pessoal disponível e a resiliência do mercado de trabalho, apoiados por maiores transferências diretas do governo, fatores que devem estimular o consumo. Isso, em conjunto com a expectativa de cortes na taxa Selic e uma possível pausa na alta dos juros nos EUA, poderá levar a novas valorizações na Bolsa e uma contínua desvalorização do dólar frente ao real.
Com esse otimismo, investidores, analistas e economistas aguardam ansiosamente pelos próximos movimentos do mercado brasileiro e global, com a esperança de que as tendências positivas continuem nas próximas semanas.