Primeiro caso de gripe aviária na Bahia: O que você precisa saber

Entenda os riscos da gripe aviária na Bahia e saiba como se prevenir. Conheça as medidas adotadas pelo setor avícola e saiba como proteger sua saúde e o comércio de aves.

Em meio à crescente inquietação global com a saúde animal, a Bahia acaba de registrar seu primeiro caso confirmado de gripe aviária (Influenza Aviária de Alta Patogenicidade, IAAP, vírus H5N1), o que trouxe uma renovada atenção para o setor avícola do estado, que é o 8º maior produtor de frango do país e o maior do Nordeste.

A descoberta e os impactos no setor avícola

O caso foi confirmado na quinta-feira (8) pelo Ministério da Agricultura, num exemplar da espécie trinta-réis-real, localizado na praia de Caravelas. A confirmação levou ao aumento da vigilância da avicultura estadual, mesmo que o vírus tenha sido encontrado num animal silvestre, uma vez que há o receio de que, se o vírus se disseminar entre as aves comuns, isso possa afetar o comércio externo tanto regional quanto nacional.

Dario Mascarenhas, presidente da Associação Baiana de Avicultura (ABA), ressalta que a confirmação do caso não altera o cenário atual para a avicultura. As modificações só ocorreriam se o vírus fosse identificado na população comercial de aves. Ele aponta que todas as precauções para evitar isso estão sendo tomadas, inclusive medidas para evitar o contato de aves de produção com aves silvestres e migratórias.

Medidas de prevenção já implementadas

Jair Costa, avicultor e proprietário da Granja Confinave, em Candeal, explica que há um forte regime de controle sanitário em vigor, incluindo a proibição de pessoas estranhas nas granjas, a lavagem e desinfecção de veículos e equipamentos antes de entrarem na propriedade e o impedimento de contato com outras espécies de aves.

Costa expressa preocupação com os potenciais impactos econômicos de uma possível disseminação do vírus. “Se ocorrer contaminação, isso vai afetar o mercado externo. Pessoas vão temer consumir frango e ovos, e o produtor brasileiro terá que escoar o produto internamente. Isso pode afetar nossa cadeia produtiva e até mexer com o preço. Empresas podem fechar por não conseguir pagar os próprios custos. Esse é o meu temor”, afirma.

No entanto, outros, como Mariza Muniz, proprietária da Granja Ninho de Ouro, em Conceição de Feira, não temem o impacto nos negócios e afirmam que a venda de ovos até aumentou no último mês.

Risco baixo para humanos

Em relação à saúde humana, Itamar Garrido, fiscal agropecuário e médico veterinário da Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), assegura que não há motivo para alarme. Ele informa que o vírus não é transmitido através de alimentos e que a única maneira de transmissão é diretamente de ave para humanos, sem comprovação de transmissão de humano para humano.

É importante que as pessoas evitem o contato direto com aves suspeitas de contaminação e fiquem atentas aos sintomas da gripe aviária, como andar cambaleante das aves e alta mortalidade em uma mesma área. Caso haja suspeita, a Adab recomenda que sejam acionados os escritórios locais da agência ou que seja feito contato por meio do telefone 0800 284-0011 ou do e-mail [email protected].

A conscientização, a adoção de medidas preventivas e a colaboração entre produtores, autoridades e associações são fundamentais para conter a propagação da gripe aviária na Bahia. O monitoramento constante e a aplicação rigorosa das medidas de biossegurança são essenciais para garantir a segurança alimentar e a proteção da saúde pública.

A situação atual exige uma resposta unificada para proteger tanto a economia do setor avícola quanto a saúde das aves e dos consumidores. Com esforços conjuntos, espera-se que a Bahia possa superar esse desafio e garantir a sustentabilidade de sua produção avícola.