O Deputado Estadual Amauri Ribeiro (União-GO), alinhado com o presidente Jair Bolsonaro, apelou ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, na tentativa de prevenir uma possível prisão depois de admitir ter apoiado manifestantes golpistas.
Uma declaração polêmica e um recuo subsequente
Na última terça-feira (6), Amauri Ribeiro, em discurso, defendeu a liberdade do Coronel Benito Franco e afirmou que “também deveria estar preso” pois ajudou a “bancar quem estava lá”, conforme relata O Globo. Franco, Coronel da Polícia Militar (PM) e ex-comandante das Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam), foi preso em abril durante a Operação Lesa Pátria, realizada pela Polícia Federal. Ele é suspeito de participar, incentivar e financiar os atos golpistas de 8 de janeiro, em Brasília. Franco foi solto na última quarta-feira (7).
Após as reações à sua declaração, Ribeiro recuou no mesmo dia em que Franco foi liberado, afirmando que suas palavras foram distorcidas. Ele argumentou que “não seria idiota de falar um absurdo desses”.
Apelo ao STF
Os advogados de Amauri, por sua vez, enviaram um documento ao ministro Alexandre de Moraes, alegando que a declaração do deputado foi tirada de contexto. Eles afirmaram que ele havia ajudado apenas “os mais carentes” acampados em frente a um quartel do Exército em Goiânia.
“Feitas essas explanações, requer a rejeição de eventual pedido de prisão preventiva contra o peticionante, porquanto incabível e desnecessária”, solicitaram os advogados do deputado em nota oficial.
O caso chama a atenção para a tensão existente entre os poderes Executivo e Judiciário, em particular no que diz respeito à liberdade de expressão e ao direito de protestar. O envolvimento de Ribeiro em potenciais atividades golpistas e a resposta do STF a seu apelo permanecem em aberto, exigindo um olhar cuidadoso sobre as futuras ações das autoridades judiciais brasileiras.