O São Paulo garantiu na noite desta terça-feira (28) a contratação de Maicon. A negociação com o Porto foi longa e cheia de reviravoltas. Ciente de que o jogador ganhou importância no Brasil, os portugueses dificultaram a liberação e fizeram os brasileiros se desdobrarem para um desfecho positivo. O ESPN.com.br apurou como os são-paulinos conseguiram "dobrar" os europeus.
Para manter o novo ídolo da torcida, o clube do Morumbi teve que gastar uma quantia equivalente a quase R$ 22 milhões. O valor será pago parcelado em até três anos. O preço de cada parte ainda não foi divulgado. Vale lembrar que os são-paulinos passam por um momento de reequilíbrio financeiro e fizeram um grande esforço pelo montante. O dinheiro conseguido no empréstimo de Rogério ao Sport (R$ 2,5 milhões) e da venda de Ewandro à Udinese (R$ 11,3 milhões), por exemplo, ajudaram.
A quantia a ser quitada é menor do que os quase R$ 30 milhões desejados pelo time do estádio do Dragão, que pretendia equilibrar o balanço financeiro após anos sem conquistas. O diretor executivo Gustavo Vieira de Oliveira, foi pessoalmente a Portugal na última sexta-feira para comandar a investida tricolor. Havia até mesmo a chance de Maicon ir pessoalmente à Europa para colaborar nas tratativas, mas não foi necessário.
O fim da novela pode ser comemorado pela diretoria tricolor. A ideia do time do estádio do Dragão era valorizar o atleta ao máximo para que recebesse os R$ 30 milhões diretamente. Um dos motivos era receber um valor parecido com os R$ 24 milhões gastos no zagueiro Felipe, ex-Corinthians.
Além do dinheiro, o São Paulo precisou envolver mais dois atletas no caso. Assim, o zagueiro Lucão e lateral esquerdo Inácio deixam o Brasil. O Porto ficará com 50% dos direitos federativos de cada um. A situação é considerada a grande "surpresa" do processo. Os portugueses já haviam negado trocas em outras tentativas, mas cederam desta vez. No início da negociação, o interesse era em Lyanco e Inácio. Os paulistas, no entanto, entendem que Lyanco é uma peça importante para o futuro e rejeitaram a ideia.
Outra parte importante da negociação foi o silêncio tricolor. O clube paulista conseguiu tratar a situação com sigilo quase absoluto. Até mesmo Maicon foi "blindado" para não ficar nos holofotes e ser valorizado ainda mais, o que poderia dificultar a permanência.
Nos últimos dias, o clima era de otimismo no Morumbi. Os diretores são-paulinos acreditavam que os europeus cederiam a uma investida final. Em entrevista recente ao programa Bola da Vez, da ESPN, o presidente, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, adiantou que o time faria de tudo para manter o defensor no elenco.