Após uma determinação judicial, a Secretaria de Comunicação (SECOM) do governo federal publicou uma importante retratação nesta segunda-feira (12), endereçada às vítimas e familiares da ditadura militar. A ação se deu em resposta a uma postagem feita na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, onde militares envolvidos no regime ditatorial foram exaltados como “heróis”.
Sebastião Curió: Um “herói” controverso
Em maio de 2020, durante a presidência de Bolsonaro, uma postagem enaltecia o Major Sebastião Curió, um militar que desempenhou um papel-chave na repressão à guerrilha do Araguaia, um movimento de resistência contra a ditadura. As ações de Curió foram marcadas por prisões, tortura e execução de militantes opositores.
A SECOM, em sua retratação, esclarece a verdade por trás da atuação do governo durante a Guerrilha do Araguaia: “O governo brasileiro violou os Direitos Humanos, praticou torturas e homicídios, sendo condenado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos por tais fatos. Um dos participantes dessas violações foi o Major Curió, que, portanto, nunca poderá ser chamado de herói.”
A “reparação histórica” do governo atual
O atual governo, liderado pelo presidente Lula, manifestou satisfação ao publicar a retratação, descrevendo a decisão judicial como uma “reparação histórica”. Complementando o posicionamento, o texto ressalta a concordância do governo federal com a decisão da justiça: “O governo federal tem total concordância com a ordem judicial que determinou o restabelecimento da verdade e dignidade das vítimas ao determinar a publicação do desagravo.”
Essa ação é considerada um passo crucial no reconhecimento oficial das violações dos direitos humanos ocorridas durante a ditadura militar no Brasil, uma questão que tem sido objeto de controvérsia e debate público por décadas.