O presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Décio Lima, criticou veementemente a decisão do Banco Central de manter a taxa Selic em 13,75% em um cenário de inflação sob controle. Décio alega que essa política monetária sufoca os pequenos empresários e impede a retomada do crescimento econômico.
Em uma reunião do Conselho Deliberativo Nacional do Sebrae realizada na última quinta-feira (22), Lima expressou sua insatisfação: “Tem dinheiro para emprestar no mercado, mas os pequenos, se forem pegar emprestado com essa taxa, vão à falência. É só uma questão de tempo. O BC parece estar jogando contra a recuperação econômica do país”.
O Secretário da Micro e Pequena Empresa do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic), Milton Coelho, endossou a posição de Lima e enfatizou a necessidade urgente de uma redução na taxa de juros. “Precisamos baixar os juros para que o país cresça e há espaço para isso. Por que não fazem? Não fazem porque não querem que o país cresça”, indagou Coelho.
De acordo com Lima, a falta de empatia do Banco Central com os desafios enfrentados pelas pequenas empresas só vai piorar a situação, ameaçando a geração de empregos no país. “É inviável obter crédito nesse patamar. É pegar para falir. É insuportável o que estamos vivendo”, complementou.
Os dados recolhidos pelo Sebrae corroboram as preocupações de Lima e Coelho. Pesquisas recentes mostram que a alta taxa de juros tem feito com que 73% dos donos de pequenos negócios evitem buscar empréstimos durante os meses de abril e maio deste ano.
A continuidade dessa taxa de juros no Brasil, uma das mais altas do mundo, continua a levantar questões sobre a sustentabilidade e a viabilidade das pequenas empresas, uma parte essencial da economia nacional. A discussão em torno da taxa Selic e seu impacto sobre o ambiente empresarial para micro e pequenas empresas no país certamente continuará atraindo atenção.