Paulo Afonso, uma cidade estrategicamente localizada na região nordeste da Bahia, tem enfrentado uma série de desafios que colocam em xeque seu protagonismo e desenvolvimento regional. A ausência de decisões políticas efetivas e as disputas internas entre os grupos liderados por Luiz de Deus e Marcondes Francisco têm contribuído para o colapso do modelo administrativo, resultando em uma cidade estagnada e sem perspectivas de progresso.
Durante a última sessão ordinária, realizada em 26 de junho, o vereador Jean Roubert expressou sua preocupação em relação ao futuro de Paulo Afonso, destacando a disparidade entre o município e o estado da Bahia. Enquanto o estado avança em parcerias com o governo federal em projetos de grande relevância, como a liberação da Ferrovia Oeste-Leste, a duplicação da BR Luiz Eduardo Magalhães-Barreiras e o reinício das tratativas para a construção da ponte Salvador-Itaparica, Paulo Afonso permanece estagnada.
A cidade enfrenta brigas internas entre os grupos políticos de Luiz de Deus e Marcondes Francisco, que parecem priorizar a manutenção do poder em detrimento do progresso da cidade. Essa divisão acirrada tem prejudicado as discussões administrativas e impedido o avanço de projetos que poderiam impulsionar o desenvolvimento local.
O setor do turismo, que poderia ser uma fonte de crescimento econômico, continua sendo apenas um sonho distante para Paulo Afonso. A falta de uma política de incentivo fiscal e tributário por parte do governo municipal tem fragilizado e debilitado o comércio local, refletindo o descaso das autoridades em relação às necessidades da população e da sociedade organizada.
Um episódio emblemático que evidencia o clima político conturbado da cidade ocorreu durante a inauguração de um telhado da quadra esportiva no Povoado da Malhada Grande. O prefeito interino, Marcondes Francisco, proferiu um discurso que foi considerado deselegante e desrespeitoso em relação ao Poder Legislativo Municipal. Ao utilizar o termo “diabo” para se referir àqueles que ele acreditava estar mentindo, o prefeito interino gerou indignação e revolta entre os vereadores presentes.
O vereador Jean Roubert exigiu respeito por parte do prefeito interino, ressaltando a importância de garantir a liberdade de expressão e o direito de subir à tribuna da Câmara Municipal para debater questões relevantes. Roubert enfatizou que o discurso agressivo e ameaçador de Marcondes Francisco revela características típicas de um ditador e um tirano, enquanto ressaltava a necessidade de um líder estadista que una todos em torno de um projeto propositivo para Paulo Afonso.
Em resposta, o vereador Roubert citou a passagem bíblica de Mateus 12:34, que diz: “A boca fala do que o coração está cheio”. Com essa citação, ele reforçou sua posição de que aqueles que utilizam da mentira são filhos do diabo, destacando a importância da integridade e da veracidade nas ações e discursos dos governantes.
Em tempos tão desafiadores, é fundamental que os atores políticos envolvidos compreendam a importância de superar as disputas internas e buscar parcerias efetivas com os governos estadual e federal. Somente por meio dessas parcerias e da implementação de projetos transformadores será possível tirar Paulo Afonso do retrocesso socioeconômico em que se encontra.
Conforme afirmou Benjamin Disraeli, ex-primeiro ministro do Reino Unido, “a vida é muito curta para ser pequena”. Portanto, é essencial que os líderes políticos coloquem os interesses da cidade acima de qualquer disputa partidária ou interesse pessoal, trabalhando em prol do desenvolvimento e do progresso de Paulo Afonso.