A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) está conduzindo uma investigação sobre os medicamentos Ozempic e Saxenda, produzidos pela farmacêutica Novo Nordisk, devido a relatos de pacientes com pensamentos suicidas ou de automutilação.
Essa notícia trouxe repercussões negativas para a Novo Nordisk, com uma queda de 1% em suas ações. Diante desses eventos adversos, um comitê de segurança da EMA está analisando minuciosamente os relatos da Islândia, que incluem dois casos de pensamentos suicidas em pacientes que utilizaram Ozempic, contendo o ingrediente ativo semaglutida, e também casos relacionados a Saxenda, um medicamento anterior e menos eficaz para perda de peso, com o princípio ativo liraglutida. Um paciente que fazia uso de Saxenda relatou pensamentos de automutilação.
A Novo Nordisk reitera que a segurança do paciente é sua principal prioridade e trata todos os relatos sobre eventos adversos com seriedade. Até o momento, o monitoramento de segurança realizado pela empresa não encontrou nenhuma “associação causal” entre os pensamentos autodestrutivos e os medicamentos, como declarado em comunicado. É importante destacar que os pensamentos suicidas não são listados como efeito colateral nas informações do produto da União Europeia para nenhum dos medicamentos em questão.
Embora a possibilidade de depressão e pensamentos suicidas seja aceita como efeito colateral de alguns remédios para emagrecer, não é tão comum. Segundo a endocrinologista Tassiane Alvarenga, medicamentos destinados a gerar quedas de açúcar no sangue, também utilizados no combate ao diabetes, são mais propensos a levar a quadros de depressão.
A EMA também realizará uma reavaliação dos riscos dos medicamentos contendo semaglutida e liraglutida, buscando determinar se são necessárias alterações nas bulas. No Brasil, a bula do Ozempic 3 ml não menciona alterações de humor como efeito adverso.
A empresa está colaborando com a EMA durante a investigação para garantir a segurança dos pacientes. Vale ressaltar que a comercialização desses medicamentos não será afetada durante a análise e aqueles que possuem prescrição médica e estão em acompanhamento poderão continuar o tratamento normalmente.