Efeitos cancerígenos: especialista alerta sobre uso do corante rosa da ‘Moda Barbie’

Especialista alerta sobre malefícios do corante na culinária inspirada na Barbie.

A indústria cinematográfica sempre teve o poder de ditar tendências. E, desta vez, não foi diferente. Após a estreia de “Barbie”, ocorrida na última quinta-feira (20), uma nova febre culinária tomou conta das cidades brasileiras: alimentos coloridos em tom rosa. Salvador inovou com seu tradicional acarajé, enquanto outros locais foram dominados por bolos, doces, tapiocas e até sushis tingidos em tom de rosa.

Perigos escondidos nas cores

Mas antes de se render a esta divertida e instigante moda, é crucial conhecer os riscos associados a ela. A substância por trás desta coloração rosa-cereja é a eritrosina, derivada de um sal sódico. O uso excessivo deste corante artificial pode não ser tão inofensivo quanto parece.

Segundo o especialista e pesquisador de Nutrição da Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA) da Unicamp, Maurício Rostagno, os problemas não estão apenas na exposição aguda, mas na frequente ingestão destes corantes. Estudos apontam ligações entre a substância e possíveis riscos de câncer, alergias e hiperatividade, principalmente quando consumidos em quantidades além do recomendado.

Entendendo as quantidades seguras

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estabeleceu um índice chamado Ingestão Diária Aceitável (IDA), que determina a quantidade segura de uma substância para ser consumida diariamente ao longo da vida. No caso da eritrosina, esse índice é de 0,1 mg por quilo. Em termos mais práticos, uma pessoa de 60 kg poderia consumir até 6 mg por dia sem riscos à saúde. Para se ter uma ideia, 6 mg equivale a uma minúscula porção de uma colher de chá. Na culinária caseira, ultrapassar esse limite é uma tarefa fácil e preocupante.

Alternativas mais saudáveis e eco-amigáveis

Felizmente, há soluções alternativas para colorir nossos pratos. Corantes naturais, como o carmim cochonilha, extraído de um inseto e utilizado em grandes indústrias e maquiagens, surgem como uma opção mais segura. Outras pesquisas também buscam corantes a partir de cascas de uva e jabuticaba, promovendo uma alimentação mais natural e reduzindo os impactos ambientais.