Feira de Santana, localizada a 100km de Salvador, foi palco de uma abordagem policial que vem repercutindo nas redes sociais e chama atenção pela denúncia de uma ação policial abusiva. Nailson Santos da Silva, um pedreiro de 30 anos, se tornou protagonista deste episódio ao denunciar os policiais militares que, segundo ele, adentraram em sua residência de maneira inapropriada.
A ocorrência se deu no bairro Viveiros e foi registrada tanto na Polícia Civil quanto na Corregedoria da Polícia Militar. Após a divulgação de um vídeo que retrata o momento da abordagem, a Polícia Militar anunciou na última quinta-feira (10) que os agentes em questão foram afastados das funções operacionais e agora atuarão em funções administrativas.
O vídeo que circula pela web mostra Nailson em conversa com três policiais sobre a forma com que invadiram sua casa. Em determinado momento, o pedreiro ressalta seu conhecimento sobre as leis, mencionando estar se preparando para um concurso da PM. Porém, o diálogo fica tenso e culmina na agressão física do pedreiro pelos policiais.
Nailson detalhou ao G1 Bahia o contexto da ação policial, descrevendo que entrou em sua residência em busca do celular de seu ajudante e foi surpreendido pelos policiais dentro de sua casa. “O meu ajudante trabalhou no sábado, na minha residência. No domingo de manhã, ele voltou à minha residência para procurar o celular, e então eu liguei do meu celular para o número dele, para ver se encontrava. Nesse momento que eu adentrei na minha residência, eu não vi a viatura, não tinha noção que tinha polícia patrulhando bairro”, relatou.
De acordo com a versão policial, a presença dos agentes se deu por uma ronda no bairro e a suposição de que Nailson teria corrido ao avistar a viatura – fato negado por ele. No relato, o pedreiro também fez menção ao artigo 5° da Constituição Federal, que defende o direito à inviolabilidade do lar. A esposa de Nailson, que gravava o ocorrido, captou o momento em que um dos policiais ameaçou o pedreiro.
Em resposta à situação, a Polícia Militar divulgou uma nota oficial, onde o Comandante da 65ª Companhia Independente de Policia Militar reconhece a circulação do vídeo e informa que investigações estão em andamento. Além disso, reforça que o afastamento dos policiais visa preservar a Instituição e que os envolvidos responderão administrativamente até a conclusão das investigações.