Em meio ao crescente número de roubos de motocicletas em São Paulo, motociclistas encontraram uma solução inovadora: a “vacina antifurto” para motos. Esta técnica promissora visa tornar as motos menos atraentes para potenciais criminosos.
Nos últimos anos, o estado de São Paulo tem presenciado uma elevação alarmante de quase 30% nos roubos e furtos de motocicletas apenas nos primeiros quatro meses de 2023, de acordo com a Secretaria de Estado dos Negócios da Segurança Pública (SSP-SP).
A “vacina antifurto” surge como uma resposta a esta onda de criminalidade. A solução, que varia entre R$ 150 e R$ 220, tem como foco principal combater a venda ilegal de peças. A maioria dos roubos e furtos de motos tem a intenção de desmontá-las e vender suas peças no mercado clandestino.
A essência desta “imunização” consiste em uma máquina especial que grava o número da placa ou chassi em todas as peças removíveis da moto. Isso desencoraja os criminosos de vender essas peças posteriormente, pois a gravação serve como um alerta de que a peça é produto de crime. Mesmo que o número seja raspado, autoridades de trânsito ao fiscalizar a peça terão indicações de sua procedência ilegal.
Edgar Francisco da Silva, popularmente conhecido como “Gringo”, e presidente da AMABR (Associação dos Motofretistas de Aplicativos e Autônomos do Brasil), mencionou em uma entrevista ao Uol sobre o segundo aspecto dessa “imunização”. Além da gravação, adesivos refletivos são colocados nas peças, sinalizando que a moto está “vacinada”. “Quando o ladrão vê isso de longe, geralmente desiste de furtar a moto”, disse Silva.
Essa técnica, que também está disponível para carros e caminhões, mostra-se particularmente eficaz para motos devido à exposição de suas peças. Com isso, tornou-se uma tendência popular, especialmente entre os profissionais que usam motocicletas em suas atividades diárias na região metropolitana de São Paulo.
Rodrigo Boutti, um consultor de segurança pública, aponta a eficácia da “vacina”: “Quando um ladrão tenta vender uma moto vacinada, o receptador geralmente recusa. Ele sabe que não poderá usar ou vender essas peças devido à gravação do chassi.”
Empresas de grande porte, como a Motoca, especializada em aluguel de motocicletas, já adotaram essa medida, “imunizando” toda sua frota, composta por 900 motos. O investimento na “vacina antifurto” é visto por muitos, incluindo o presidente da AMABR, como um pequeno preço a pagar em comparação ao imenso benefício oferecido.
A busca pela segurança e inovação continua, e essa “vacina” representa um passo significativo na luta contra o crime relacionado a motocicletas.