O mundo artístico brasileiro amanheceu mais triste com a notícia do falecimento da renomada atriz Léa Garcia, aos 90 anos. Uma das primeiras atrizes negras a se destacar nas telas nacionais, Léa tornou-se um símbolo de resistência e talento, sobretudo com sua inesquecível atuação como Rosa em “Escrava Isaura”.
O fato aconteceu em Gramado, durante o seu momento de reconhecimento no Festival de Cinema local, como informou seu filho à Globo. Léa seria homenageada com o Troféu Oscarito, uma das mais importantes premiações do evento. A causa da morte foi um infarto.
Carioca, nascida em 1933, a atriz teve sua paixão pelas artes cênicas despertada pelo dramaturgo Abdias do Nascimento. Seu talento foi primeiro exibido no Teatro Experimental do Negro, com a peça “Rapsódia Negra” em 1952.
A televisão lhe abriu as portas na década de 50 com sua estreia no Grande Teatro da TV Tupi. Sua trajetória na Globo começou em 1970 e, dois anos depois, participou da gravação pioneira em cores no Brasil, no episódio “Meu Primeiro Baile” do “Caso Especial”.
Seu nome ficou marcado na memória dos brasileiros com “Escrava Isaura”, em 1976. O papel de Rosa não só elevou seu status como atriz, mas também trouxe desafios pessoais. Em depoimento ao Memória Globo, Léa compartilhou: “Tive muitas dificuldades em fazer cenas de maldade com a Lucélia Santos. Chorei muito.”
Sua contribuição para as artes e para a representatividade negra no país é inestimável. Léa Garcia deixa não apenas saudade, mas um legado que inspirará gerações.