A saída de Lionel Messi e Neymar do Paris Saint Germain (PSG) vai além da questão técnica nos gramados. O grande desafio do clube francês é manter sua força comercial global, já que a dupla teve papel crucial na elevação das receitas por meio de vendas de produtos e licenciamentos, sobretudo fora da França.
Em termos práticos, Fábio Wolff, especialista em marketing esportivo, sublinha: “Sem Messi e Neymar, o poder comercial do PSG encolhe, impactando patrocínios, licenciamentos e vendas de camisetas”. Neste último quesito, um número chama atenção: na temporada passada, 60% das camisetas vendidas pelo clube exibiam o número 10 de Messi.
No Brasil, as escolinhas de futebol do PSG viram suas matrículas crescerem 25% com a chegada de Messi, conforme indicado por uma matéria de 2021 do portal Pequenas Empresas Grandes Negócios. E é válido ressaltar que a presença de Neymar, desde 2017, já tinha impulsionado essas escolas, sendo o Brasil o primeiro país a receber unidades fora da França.
Ainda há esperança no horizonte, porém. Armênio Neto, conhecedor dos negócios do esporte, destaca: “Manter Mbappé é vital. Além disso, o PSG precisa pensar em novos reforços para continuar relevante”.
Os números da consultoria Deloitte mostram um PSG ascendente com Neymar. No ano posterior à sua chegada, 2018/19, o clube viu um aumento de 31% em suas receitas, alcançando 363 milhões de euros (R$ 1,65 bi).
Ivan Martinho, professor de marketing esportivo, sintetiza a situação: “A marca PSG cresceu globalmente com Neymar e Messi. Agora, é hora de reinventar e se apoiar em outros talentos”.
O clube, que estreia no Campeonato Francês 23/24 neste sábado contra o Toulouse, terá pela frente não só adversários em campo, mas também o desafio de manter a relevância global sem seus principais astros.