Ativista sofre perseguição após visita a Terra Indígena em Paulo Afonso

Alzeni Tomáz e o povo Truká-Tupan enfrentam crescente onda de ataques. Entenda o caso.

Paulo Afonso (BA) – Alzeni Tomáz, ativista da Sociedade Brasileira de Ecologia Humana (SABEH), vivenciou momentos de terror ao ser perseguida por um veículo desconhecido após sua visita à Terra Indígena Truká-Tupan. A perseguição, que durou aproximadamente 9 km, teve fim somente quando Tomáz se aproximou do Posto de Controle de Trânsito da Polícia Militar (PCTRAN) no bairro Clériston Andrade.

A ativista associa a situação ao seu trabalho em prol do povo Truká-Tupan.

“Há anos, apoiamos a luta desse povo pela terra. Infelizmente, atentados e ameaças tornaram-se recorrentes”, disse Alzeni.

Os Truká-Tupan não são novos no cenário de violência. Em janeiro, a cacica Erineide Truká-Tupan foi atingida por tiros. Além disso, ataques realizados por motoqueiros nas imediações da aldeia tornaram-se uma triste rotina.

“Quase todo mês registramos ocorrências de violência na Polícia Civil”, lamenta Alzeni.

Em dezembro de 2022, a comunidade enfrentou dois ataques violentos, envolvendo ameaças e tiroteios. O cerne do conflito parece estar na resistência da comunidade à demarcação de suas terras. Como denuncia ngelo Bueno, do Conselho Indigenista Missionário (Cimi): “Os opositores da demarcação libertam animais na Terra Indígena, destruindo as plantações”.

Vale ressaltar que os animais da comunidade são mortos e expostos como forma de intimidação.

“O medo é constante, principalmente diante da possibilidade de perdermos um membro da comunidade para essa violência”, declara Bueno.

Para garantir a segurança da comunidade, líderes como a cacica Erineide estão sob proteção do Programa Estadual de Proteção aos Defensores e Defensoras de Direitos Humanos (PEPDDH) da Bahia, que promove rondas diárias da Polícia Militar na região.

No entanto, para Alzeni, essa medida ainda é insuficiente: “Mesmo com suporte de entidades e da própria Polícia Federal, a violência persiste”, desabafa.

Desde 2017, o Ministério Público Federal investiga denúncias de invasões e agressões contra os Truká-Tupan.

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