O cenário de transplantes de órgãos pode estar à beira de uma revolução. Um rim de porco geneticamente modificado funcionou por dois meses no corpo de um homem com morte cerebral, estabelecendo um novo recorde e oferecendo uma nova perspectiva para o futuro dos transplantes.
Avanço inédito
O experimento, que terminou em 13 de setembro, representa o maior período em que um órgão de animal funcionou dentro de um ser humano. A pesquisa vem logo após diversas tentativas frustradas de xenotransplante – o transplante de órgãos de animais em seres humanos – devido ao sistema imunológico humano que rejeita tecidos animais estranhos.
Próximos passos
A equipe de cientistas envolvida no procedimento está preparando um relatório detalhado para ser enviado à Food and Drug Administration (FDA), com o objetivo de conseguir autorização para expandir os testes para seres humanos vivos.
A ciência por trás do experimento
Embora xenotransplantes não sejam uma ideia nova, os avanços recentes na genética tornaram possível evitar o ataque imunológico imediato. O rim geneticamente modificado funcionou eficazmente durante o primeiro mês, mostrando apenas sinais leves de rejeição no segundo mês, que foram controlados com medicação.
Atenção aos detalhes
Durante o experimento, foram coletadas aproximadamente 180 amostras de tecidos de órgãos, gânglios linfáticos e trato digestivo para análise. Embora os resultados sejam promissores, os cientistas alertam que os dados obtidos em falecidos não necessariamente se aplicam a seres humanos vivos.
O que vem a seguir?
Os resultados do experimento abriram um novo capítulo na pesquisa médica e oferecem informações valiosas que serão examinadas nos próximos meses. No entanto, a comunidade científica permanece cautelosa e enfatiza a necessidade de mais pesquisas.