Aumento alarmante: Mortes por AVC devem subir 47% até 2050

Estudo aponta para quase 10 milhões de mortes por AVC em 2050; países de baixa renda são os mais afetados.

Segundo um estudo publicado na revista The Lancet Neurology, as mortes por AVC, atualmente a segunda principal causa de mortalidade global, estão projetadas para aumentar drasticamente. O estudo estima que o número de mortes subirá de 6,6 milhões em 2020 para cerca de 9,7 milhões em 2050. Este aumento de 47% é especialmente alarmante quando consideramos que a população mundial deverá crescer apenas 24% no mesmo período.

Impacto desigual

Os dados apontam que países de baixa e média renda sofrerão o maior impacto, com a soma de óbitos projetada para passar de 5,7 milhões em 2020 para 8,8 milhões em 2050. Países desenvolvidos, em contraste, deverão registrar uma ligeira queda, mas ainda mantendo cerca de 900 mil mortes anuais.

Custo econômico

O estudo também traz preocupações sobre o impacto econômico da doença. Em 2017, o custo global foi de US$ 891 bilhões, um montante que deve saltar para US$ 2,3 trilhões em 2050, considerando tanto os gastos diretos com saúde quanto a perda de produtividade.

Prevenção e políticas públicas

Sheila Martins, docente da UFRGS e presidente da Organização Mundial do AVC, afirma que é imperativo agir agora. O estudo oferece 12 recomendações chave, incluindo o estabelecimento de sistemas de monitoramento de baixo custo e a prioridade em planejamento e capacitação para casos agudos de AVC.

Fator hipertensão

O controle da hipertensão é apontado como uma estratégia crucial de prevenção. Ricardo Henrique Olivetti, um aposentado que sofreu um AVC, ressalta a importância dos hábitos saudáveis e check-ups regulares para controlar a hipertensão e outros fatores de risco.

Desinformação e juventude

João Brainer Clares de Andrade, membro da Diretoria da Sociedade Brasileira de AVC, destaca o perigo da desinformação, especialmente entre os jovens. A necessidade de conscientização e treinamento é fundamental para combater a crescente incidência de AVC nesta faixa etária.

Conexão com demência

O estudo também evidencia o papel do AVC como um fator de risco para demência e depressão, destacando a necessidade de uma abordagem holística no tratamento e prevenção.