A Bahia registra um dos preços mais altos para o gás de cozinha em todo o Brasil. O custo do botijão de 13 quilos atingiu o valor de R$ 140,00, representando um desafio econômico para a população. A disparidade de preços é ainda mais evidente ao se comparar com os valores praticados pela Petrobrás.
Preços nas alturas
Segundo informações, a recente privatização de refinarias na Bahia e na Amazônia teve um impacto significativo nos custos ao consumidor. Dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) indicam que o gás liquefeito de petróleo (GLP) é comercializado a preços até 72% superiores aos da estatal Petrobrás.
Impacto no orçamento
Estes valores representam mais de 10% do salário mínimo, o que coloca em perspectiva o peso dessa despesa no orçamento das famílias baianas. O coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, expressou preocupação com o monopólio privado das empresas que operam as refinarias privatizadas e os consequentes preços elevados praticados.
Reajustes sucessivos
O gás de cozinha na Bahia sofreu um reajuste de 1,8% no início de novembro, marcando o sexto aumento do ano. A Acelen, responsável pela Refinaria de Mataripe, defende que a política de preços segue o mercado, influenciada pelo custo do petróleo no cenário internacional, a taxa de câmbio e o frete.
Reflexos da privatização
As mudanças no setor começaram com a venda da refinaria baiana Landulpho Alves ao fundo árabe Mubadala em 2021, que passou a se chamar Refinaria de Mataripe. Além disso, a Refinaria da Amazônia, antes conhecida como Refinaria Isaac Sabbá (Reman), foi adquirida pelo Grupo Aten em dezembro de 2022.