Inicia-se uma nova fase para os inadimplentes do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Segundo informações do Portal ChicoSabeTudo, a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil abriram o período de renegociação de dívidas para estudantes de graduação ou já formados que encontram-se com pagamentos em atraso.
Especialistas na área de educação financeira veem a medida como uma janela de oportunidade em tempos desafiadores. Juliana Barbosa, sócia-diretora na Cifrão Educação Financeira, aconselha cautela e considera essencial que as famílias avaliem suas finanças detalhadamente. Durante o pico da pandemia, apesar da suspensão temporária dos pagamentos, o cenário de inadimplência se agravou, e a atual conjuntura econômica não mostra sinais de melhora.
A ação do governo federal permite que os estudantes regularizem suas pendências com condições atrativas: até 100% de abatimento em juros e multas e até 99% de redução do valor devido, no caso de liquidação do contrato. Estas normativas estarão em vigor até o final de maio de 2024, baseando-se no saldo devedor em junho de 2023.
Juliana Barbosa aponta que a renegociação é benéfica para ambas as partes: governo e sociedade. Com a estimativa de que 1,2 milhão de inadimplentes poderão ser beneficiados, o governo busca reaver uma parcela dos R$ 51 bilhões em débitos acumulados.
Não só os inadimplentes, mas também os que estão com os pagamentos em dia podem se beneficiar. O programa prioriza contratos celebrados até dezembro de 2017, com atrasos registrados até junho deste ano.
Para facilitar o processo, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal disponibilizam canais de atendimento. O BB orienta os interessados a procurarem a Central de Relacionamento, enquanto a Caixa promove um sistema 100% digital, que em breve incluirá um aplicativo dedicado para esse fim.
Os estudantes elegíveis para a renegociação foram categorizados em três grupos, cada um com benefícios específicos que incluem descontos significativos e possibilidades de parcelamento que se estendem até 150 prestações.
Essa iniciativa do governo, alinhada com as necessidades econômicas do país, representa uma chance significativa para estudantes endividados se reorganizarem financeiramente e retomarem o curso de suas vidas acadêmicas e profissionais com menor pressão financeira.