Em um episódio que reacende debates sobre decisões médicas e judiciais, médicos do Queen’s Medical Centre, em Nottingham, desligaram, neste domingo (12/11), os aparelhos de suporte à vida de Indi Gregory, um bebê de 8 meses com uma doença grave e incurável. Indi, que luta contra uma doença mitocondrial rara, estava sob cuidados intensivos desde setembro.
A doença mitocondrial impede as células de produzir energia suficiente para o funcionamento do corpo. Indi, que nasceu em fevereiro, enfrentou complicações adicionais, incluindo problemas cardíacos e operações no intestino e no crânio.
Os pais de Indi, Dean Gregory e Claire Staniforth, enfrentaram uma longa batalha judicial para manter os tratamentos médicos da filha. Contudo, na sexta-feira (10/11), o Tribunal de Recurso do Reino Unido decidiu contra a continuação do tratamento, alegando que a criança vivia em constante sofrimento.
A decisão judicial, contrariando o desejo dos pais de manter o tratamento em casa, estipulou que o desligamento dos aparelhos ocorresse em um hospital. Indi foi transferida sob escolta de segurança para uma unidade de cuidados paliativos.
O grupo Christian Concern, apoiador da família, revelou que Indi parou de respirar na noite anterior, mas retomou a respiração logo depois.
Contexto Internacional: Em outubro, a família solicitou a transferência de Indi para um hospital infantil do Vaticano, em Roma. A iniciativa, no entanto, foi negada pelo Supremo Tribunal da Inglaterra. Na semana passada, a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, concedeu a Indi a nacionalidade italiana, em uma tentativa de facilitar sua transferência para tratamento no país.
No sábado (11/11), o Vaticano expressou solidariedade à família. Em nota, Matteo Bruni, diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, disse: “O Papa Francisco abraça a família da pequena Indi Gregory, rezando por eles e por todas as crianças em situação semelhante em todo o mundo”.