Arapiraca, 21 de Novembro de 2023 – O juiz Alberto de Almeida, da 5ª Vara Criminal de Arapiraca, decretou a prisão preventiva do policial militar Jilfran Santos Batista, acusado do assassinato do empresário Marcelo Barbosa Leite. A decisão ocorreu nesta terça-feira (21), após o magistrado constatar o descumprimento de medidas cautelares pelo réu.
Conforme registrado nos autos, Jilfran Santos Batista, mesmo ciente das restrições impostas pela justiça, frequentou locais proibidos. As medidas incluíam a proibição de frequentar bares, boates, shows ou qualquer ambiente com uso de bebidas alcoólicas e aglomeração de pessoas.
A violação das condições estabelecidas foi confirmada através de provas apresentadas pela assistência de acusação. Dentre elas, destacam-se a presença do policial em um evento junino realizado em 17 de junho de 2023, e sua participação em um evento comemorativo aos 40 anos de sacerdócio do Pastor Marcelo Oliveira, em 28 de outubro. Ambos os eventos caracterizavam-se pela aglomeração de pessoas e presença de bebidas alcoólicas.
As evidências, incluindo fotografias e documentos, foram decisivas para a decisão do juiz. Ele mencionou nas imagens a “presença incontestável do acusado em diversos locais festivos, com clara visibilidade do uso de bebida alcoólica e aglomeração de pessoas”.
O magistrado enfatizou que o descumprimento das medidas impostas resultaria na revogação da liberdade provisória e, consequentemente, na decretação da prisão preventiva do réu. Esta medida visa assegurar a ordem pública e a aplicação da lei penal.
Com a prisão decretada, o caso segue em curso, mantendo-se a atenção para futuros desdobramentos. A defesa de Jilfran Santos Batista ainda não se pronunciou sobre a decisão.
Relembre o caso:
O empresário Marcelo Barbosa Leite, 31 anos, faleceu no dia 05 de dezembro, no Hospital Beneficência Portuguesa do Mirante em São Paulo. Marcelo havia sido hospitalizado após ser atingido por um tiro de fuzil durante uma abordagem do 3º Batalhão de Polícia Militar (BPM) em Arapiraca.
Marcelo foi inicialmente socorrido no Hospital de Emergência do Agreste, em Arapiraca, antes de ser transferido para a Santa Casa de Misericórdia, em Maceió. No dia 26 de novembro, após enfrentar um choque séptico e outras complicações, ele foi transferido para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital paulista.
Segundo informações, o empresário foi atingido nas costas por um projétil que atravessou o porta-malas e os bancos de seu carro. Como resultado, Marcelo perdeu um rim, o baço e parte do intestino.
De acordo com o Auto de Prisão apresentado à 8ª Promotoria de Justiça de Arapiraca, os policiais alegaram que Marcelo reagiu à abordagem. A família do empresário, no entanto, contesta essa versão. O documento policial detalha que Marcelo teria ultrapassado uma viatura policial e ignorado um quebra-molas, levando a uma perseguição. Durante o ocorrido, os policiais afirmaram que Marcelo sacou uma arma, forçando-os a disparar.
A família de Marcelo nega que ele possuísse uma arma de fogo. Além disso, uma reprodução simulada da abordagem realizada pela Polícia Científica apontou que a arma encontrada no veículo de Marcelo foi implantada após o incidente.