Em pleno feriado de 15 de novembro, às 16 horas, o Cine Glauber Rocha, situado na Praça Castro Alves, transformou-se no epicentro de uma celebração cultural singular. O motivo? A pré-estreia de “Ó Paí Ó 2“, a aguardada sequência da comédia baiana que, há 15 anos, deixou uma marca indelével no cinema local. Enquanto a estreia oficial só ocorreria uma semana depois, em 23 de novembro, o público já manifestava um entusiasmo contagiante.
Cláudio Marques, proprietário do Cine Glauber, compartilhou que a expectativa era alta, mas a realidade superou todas as previsões. “O cinema esteve lotado, com 100% de ocupação das 14h às 23h. Realizamos 16 sessões do filme, divididas entre o público e convidados”, revelou. Apenas nesse dia, cerca de três mil pessoas marcaram presença, um número que dobraria ao final do fim de semana de pré-estreia.
Lázaro Ramos, protagonista do filme, expressou seu entusiasmo: “O filme é um desejo do público, fortalecido pelas redes sociais. A resposta na pré-estreia foi incrível, com ingressos esgotados em duas horas para várias sessões.”
A trama de “Ó Paí Ó 2” se desenrola 15 anos após o primeiro filme. Aborda a vida de Dona Joana (Luciana Souza), que enfrenta o luto e os desafios cotidianos no Pelourinho, e Neuzão (Tânia Tôko), que luta para salvar seu bar. A comunidade se une em um esforço coletivo, evidenciando a solidariedade e a resistência cultural.
Ramos, interpretando novamente Roque, destaca a evolução de seu personagem, agora um pai e líder comunitário, ainda em busca de sucesso musical. “O filme redefine o conceito de sucesso, enraizado nos valores comunitários”, reflete Ramos.
A direção do filme marca um ponto de virada significativo. Viviane Ferreira, cineasta baiana, traz uma perspectiva diferenciada, enraizada na cultura negra e na experiência vivencial. “A presença de uma diretora negra altera profundamente a narrativa, oferecendo uma representação mais autêntica e rica das experiências negras”, afirma Ferreira.
Em resumo, “Ó Paí Ó 2” não é apenas uma sequência cinematográfica, mas um evento cultural que celebra a identidade, a resiliência e a arte baiana. Disponível em diversos cinemas, este filme promete ser não apenas um sucesso de público, mas um marco na história do cinema nacional.