Devido ao calor intenso, Brasil registra aumento alarmante de casos de dengue, zika e chikungunya; entenda

Impacto climático e riscos à saúde pública

Com o avanço do calor no país, os brasileiros enfrentam um inimigo invisível e cada vez mais presente: os mosquitos transmissores de arboviroses, como dengue, zika e chikungunya. O Ministério da Saúde confirma um aumento significativo nos casos dessas doenças em 2023, atribuído às condições climáticas extremas e às mudanças ambientais.

O impacto do clima no aumento dos casos

A situação climática atual, marcada pela junção dos efeitos das mudanças climáticas e do fenômeno El Niño, tem contribuído para um cenário propício à proliferação do Aedes aegypti. Ondas de calor atípicas, mesmo durante o inverno, e chuvas torrenciais têm sido frequentes, criando o ambiente ideal para a reprodução destes mosquitos.

Um problema global

Este aumento não é exclusivo do Brasil. Dados apontam para o surgimento atípico de casos de dengue em outras regiões da América do Sul, como Argentina, e até na Europa, onde tais doenças eram menos comuns.

Estatísticas preocupantes

Até o final de outubro, o Brasil registrou mais de 1,6 milhão de casos de dengue, um aumento de 21,4% em comparação com 2002. A distribuição dos casos é a seguinte:

  • Sudeste: cerca de 893 mil casos;
  • Sul: 383 mil casos;
  • Centro-Oeste: 245 mil casos;
  • Nordeste: 103 mil casos;
  • Norte: 32 mil casos.

Além disso, foram relatados 1.035 óbitos por dengue, 7 mil casos de zika e 141,6 mil de chikungunya.

O retorno do sorotipo 3

Um destaque particular é o retorno do sorotipo 3 do vírus da dengue (DENV-3), identificado em Roraima, Paraná e agora em São Paulo. Uma mulher de 34 anos em Votuporanga foi a primeira vítima desse sorotipo, apresentando sintomas graves, incluindo sangramento. Esse retorno indica um risco elevado de novos surtos, dado que a imunidade da população a este sorotipo está baixa.

Prevenção: A luta contra os criadouros

O combate à dengue se concentra na prevenção do acúmulo de água parada. Os principais criadouros identificados são:

  • Depósitos de água para consumo: 39,6%;
  • Vasos, garrafas, calhas, lajes e bromélias: 36,45%;
  • Pneus e resíduos removíveis: 23,95%.

Projeções para o futuro

Especialistas da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT) alertam para um possível agravamento do surto de dengue em 2024, caso não haja mudanças efetivas nas estratégias de combate.

Redação do Portal ChicoSabeTudo.