Maceió (AL) – A Justiça Federal, nesta semana, determinou a inclusão de novas áreas na zona de risco para colapso em minas da Braskem em Maceió, capital de Alagoas. Esta decisão abriu um novo capítulo no drama que atinge a cidade há mais de cinco anos, forçando a desocupação forçada de áreas, o que já resultou na saída de mais de 60 mil pessoas.
A medida judicial atende a um pedido conjunto do Ministério Público Federal, da Defensoria Pública da União e do Ministério Público do Estado de Alagoas. Ela exige que a Braskem intensifique o monitoramento e expanda o programa de realocação.
O alerta atual concentra-se em uma mina da petroquímica Braskem, localizada no antigo campo do CSA, na Lagoa Mundaú, no bairro do Mutange. A Defesa Civil de Maceió adverte sobre um risco iminente de colapso que poderia resultar em um sinkhole, fenômeno caracterizado pelo afundamento da superfície e formação de uma cratera.
Em resposta, a Prefeitura de Maceió decretou estado de emergência por 180 dias e criou um Gabinete de Crise para monitorar a situação. O presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, também se manifestaram sobre a emergência e buscaram apoio do Governo Federal.
O afundamento na região das minas de sal-gema da Braskem veio à tona em março de 2018, após um forte tremor. A exploração destas minas no subsolo urbano da cidade, iniciada em 1976, foi paralisada apenas em março de 2019, após a confirmação de sua relação com o afundamento.
Atualmente, a questão pode resultar em uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado Federal, conforme proposto pelo senador Renan Calheiros. Ele destaca a urgência de responsabilizar a Braskem pelo que ele descreve como “o maior crime ambiental urbano do mundo”.