Maceió, 4 de Dezembro – Uma semana após o alerta inicial, a Defesa Civil mantém o estado de “alerta máximo” devido ao risco de colapso da mina da Braskem no bairro do Mutange, em Maceió. A situação torna-se crítica à medida que a velocidade de afundamento do solo acelerou de milímetros por ano para centímetros por hora.
Segundo Aberlado Nobre, coordenador da Defesa Civil de Maceió, a velocidade atual de afundamento é de 0,3 cm/h. “Essa taxa ainda é muito elevada. Para retornar à normalidade, precisamos reduzir para milímetros por ano. Em alguns momentos, registramos até 5 cm/h. A energia acumulada no local é incalculável e imprevisível,” explicou Nobre.
A instabilidade no solo, agravada por décadas de mineração pela Braskem, levou à evacuação de mais de 14 mil imóveis em cinco bairros, impactando aproximadamente 60 mil pessoas. Em 2018, após o primeiro tremor de terra que causou rachaduras em ruas e imóveis, a Braskem cessou a extração de sal-gema, um minério utilizado na fabricação de soda cáustica e PVC.
O Ministério de Minas e Energia declarou que o afundamento do bairro Mutange está estabilizado, e um possível colapso seria “localizado”. A área no entorno do Mutange, juntamente com a maior parte dos bairros vizinhos Bom Parto, Bebedouro e Pinheiro, já foram evacuadas. A Defesa Civil de Alagoas assegura que não há mais risco para a população devido à distância segura das áreas ocupadas.
A Braskem informou que a acomodação do solo pode ocorrer gradualmente até estabilizar-se ou de maneira abrupta. A empresa está implementando medidas para o fechamento definitivo dos poços de sal, seguindo um plano aprovado pela Agência Nacional de Mineração (ANM). Até o momento, 70% das ações previstas no plano foram executadas, com previsão de conclusão para meados de 2025.